OPINIÃO

Todo dia é um 7 a 1 diferente?

*Por Guto Araújo

“Esse governo parece a seleção na Copa de 2014, todo mundo cheio de esperança, a confiança de jogar em casa, e um gol da Alemanha a cada 10 minutos”. Esse foi o trecho que mais me chamou a atenção no papo, entre dois amigos após uma suposta noite de drinks entusiasmados para comemorar algo, em um balcão da padoca paulistana nas imediações da Av. Paulista, em São Paulo.

Entre o tilintar de copos, xícaras, talheres e o irritante liquidificador, os pedidos se sobressaem: “Dois pães na chapa e duas médias, por favor”. O balconista acena positivamente com a cabeça num tom mal humorado. Na TV, as notícias do dia, a prévia da estreia de Carlo Ancelotti como o Mister da amarelinha e a divulgação da pesquisa Quaest do dia 05 de junho, com as possíveis disputas entre os presidenciáveis num segundo turno em 2026. “Amigo, o meu com queijo minas. Pô, que ressaca”, pede o cliente. O atendente solta outro olhar, dessa vez fuzilante e brada para o chapeiro: “Um na chapa paulista e um mineiro quente, igual o em cima do muro ali”.

Tudo isso poucos dias depois de mais uma bola nas costas da nossa zaga, a ressaca do indigesto escândalo dos bilhões desviados do INSS. Pra não ser literal no diálogo dos amigos e já prestando atenção em outras tantas conversas se fundindo nos 360 graus da arquitetura clássica de padaria, penso, tomando meu expresso modesto, que o conjunto de bolas nas costas e fatores desastrosos ocorridos desde o início desse governo não se detém somente à economia, à desatualização de personagens históricos importantes do PT ou ao pastiche da comunicação governamental, presa aos anos dourados “Santanistas” dos governos Lula 1 e 2. É tudo isso junto e misturado, como num clássico virado a paulista, prato de almoço das padocas às segundas, porém, nesse caso muito mal feito, gorduroso e indigesto.

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Saindo do balcão e voltando à política, a sensação é uma só, o placar marca ligeira vantagem do presidente Lula contra todos os adversários: Tarcísio, Ratinho, Caiado, Michelle, Zema e empate com o inelegível “Mito”. No segundo expresso, pensando como estrategista, a visão parece clara, o conjunto de centro-direita unido pode muito bem formar um timaço campeão. E pergunto: “Num sistema 4-4-2, o Mister escalaria Tarcísio e Michelle juntos no ataque? Seria um hat-trick em mais um 7 a 1?”.

Pra fechar a conta, o Felipe Nunes, meu colega, conterrâneo e ilustre torcedor do Clube Atlético Mineiro, faz análises precisas de suas ótimas pesquisas. Quando pediram meu ponto de vista, preferi me inspirar na visão daqueles que sustentam a economia cotidiana do café com pão…e queijo minas.

*Guto Araújo é publicitário e estrategista de comunicação e marketing político

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