O vice-presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, classificou como “grande fracasso” as eleições venezuelanas para o governo de Essequibo. A área, sob domínio guianense reivindicada há mais de 120 anos pela Venezuela, representa 74% do País.
No domingo (25), em eleição proibida pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), o candidato Neil Villamizar, apoiado pelo ditador Nicolás Maduro, venceu com 97,40% dos votos. O pleito, no entanto, teve 68,42% de abstenção.
Mas o fracasso citado por Jagdeo é atribuído ao fato de que as eleições foram realizadas exclusivamente na Venezuela. Segundo o vice-presidente, nenhum guianense cruzou a fronteira para votar no País vizinho.
Ademais, ele também disse ser falso o vídeo compartilhado pela vice-presidente da ditadura de Maduro, Delcy Rodriguez, que mostrariam guianenses entrando em um barco para atravessar a fronteira e, assim, votar na Venezuela.
Bharrat Jagdeo esclareceu que o vídeo, na verdade, mostra passageiros atravessando o rio Demerara (com o Mercado de Stabroek ao fundo), em Georgetown, capital da Guiana. “Ninguém quer fazer parte da Venezuela”, disse.
“O povo da Guiana sabe, instintivamente, geneticamente, que cada pedacinho dos 83.000 milhas quadradas [ou 214.969 quilômetros quadrados] do nosso território nos pertence”, disse o vice-presidente guianense nesta quinta-feira (29).
Duas semanas antes, a Guiana anunciou que prenderia e deportaria qualquer venezuelano residente na nação que votasse na eleição.
O brigadeiro Omar Khan, chefe das Forças de Defesa da Guiana (GDF) – o Exército do País -, afirmara que o venezuelano “não pode votar em seu País e vir ao nosso País e acreditar que tudo ficará bem”.