TENSÃO NA FRONTEIRA

Venezuela descumpre ordem na ONU e elege governador de Essequibo em pleito com 70% de abstenção

Presidente da Guiana critica eleição do País de Nicolás Maduro e disse que sua nação se defenderá de qualquer agressão

Neil Villamizar, eleito governador de Essequibo em eleição proibida na ONU (Foto: Divulgação)
Neil Villamizar, eleito governador de Essequibo em eleição proibida na ONU (Foto: Divulgação)

O almirante Neil Villamizar, ex-comandante da Marinha venezuelana, venceu nesse domingo (25) a eleição para governador de Essequibo, área sob domínio da Guiana reivindicada há mais de 120 anos pela Venezuela.

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Em eleição proibida pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), da Organização das Nações Unidas (ONU), o candidato do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do ditador Nicolás Maduro, superou outros três concorrentes e obteve 97,40% dos votos (ou 4.720 votos).

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) confirmou o resultado com 76% das urnas apuradas. O pleito estadual teve 31,58% de participação – portanto, 68,42% de abstenção.

“Hoje não estamos apenas votando, hoje estamos renovando nossa fé na possibilidade de uma região repleta de oportunidades. Este é um voto pela paz, pela democracia e pelo desenvolvimento da nossa querida Guiana Esequiba”, disse Villamizar após votar em El Dorado, na fronteira com a Guiana.

Os venezuelanos também elegeram sete deputados estaduais e oito deputados federais para Guyana Esequiba, como o País denomina a região.

De acordo com o CNE, 12 centros de votação e 25 seções eleitorais foram abertos no Município de Sifontes, em Bolívar, Estado da fronteira da Venezuela com a Guiana.

Ao todo, 21.413 eleitores estavam aptos a participar da votação.

O que diz a Guiana

O presidente da Guiana, Irfaan Ali (Foto: Divulgação)

A Guiana declarou que não houve seções eleitorais venezuelanas em seu território. Inclusive, o País já anunciou que vai deportar os venezuelanos que, porventura, tiverem participado do pleito.

Nessa segunda-feira (26), dia da independência da Guiana, o presidente guianense Irfaan Ali voltou a criticar a Venezuela e declarou que seu País se defenderia de qualquer agressão vizinha.

“Não somos agressores, somos protetores, mas que ninguém confunda nossa paz com fraqueza. Se nossa terra for ameaçada, nos ergueremos como uma nação, um povo, um destino”, disse.

Tensão por Essequibo

A tensão entre Venezuela e Guiana se acentua desde 2023, quando o País do ditador Nicolás Maduro, unilateralmente, promoveu um referendo popular para aprovar a anexação de Essequibo ao seu território.

Desde o século XIX, a nação venezuelana reivindica a região, alegando que foi injustamente despojada dela por uma comissão de fronteiras.

A Guiana, por sua vez, mantém controle sobre a área desde sua independência do Reino Unido em 1966.

Perfil Lucas Luckezie
Lucas Luckezie

Jornalista

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

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