AFONSO RODRIGUES

O caminho dos vossos filhos

“Vossos filhos não são vossos filhos. São filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma. Vêm através de vós, mas não de vós. Embora vivam convosco, não vos pertencem”. (Gibran Khalil Gibran)

Vamos caminhar racionalmente para que possamos orientar nossos filhos, na formação dos caminhos deles. Ainda há muita gente rejeitando o pensamento do Gibran. Mas não esqueçamos de que o Profeta falou isso em resposta à pergunta de uma mãe. Logo ele disse pra ela, que o filho dela não veio dela, mas através dela. Que a semente foi posta dentro dela. É aí que a semente vai gerar uma arvorezinha humana que, na medida em que vai crescendo deve sair para vida. Logo, veio através dela e não dela. E é aí que a mamãe não dá a luz, mas à luz. Se você deu seu filhinho à luz da vida, deve cuidar dele, para que ele, ou ela, seja preparado para viver a vida. E é aí que a giripoca pia. Como preparar alguém para viver uma vida que não é sua, mas dele? Tenha sempre em mente que as crianças irão, quando adultas, viverem o mundo deles, e não o nosso. Que é aí que os pais sempre viveram batendo com a cabeça no tronco da árvore, sem acertar o caminho para a orientação. Vamos refletir sobre isso e levar mais em consideração as dificuldades que encontramos para orientar nossos filhos, mas orientando-os e não dirigindo-os. Quem foi bem orientado sabe se dirigir, de acordo com sua personalidade.

Refleti muito antes de iniciar esse papo. E o que não me saía da cabeça foi o que assisti, dia desses, enquanto aguardava minha vez, no atendimento de um posto de saúde. Uma senhorinha ainda bem jovem estava com a companhia de uma filhinha de três ou quatro aninhos. O comportamento dela com a garotinha foi, pelo menos para mim, muito íntimo, para o comportamento de uma criança. Tudo bem, mas não estou exagerando. Só estou expressando o que vi, e que de certa forma me preocupou. Mas não foi nada de alarmante. Longe disso. O que me chamou a atenção foi a falta de orientação da mãe, nos excessos no comportamento da criança. Para mim, o que faltou ali foi a falta de entendimento sobre o não. Ainda há quem veja o não como negativismo. O não tanto pode ser negativo quanto positivo. Depende de porque ele é usado. Vamos ser mais cuidadosos e preparados para a educação que damos a eles, dentro do lar. Precisamos entender as diferenças entre o mundo em que eles estão, e o mundo em que nascemos e fomos educados. E por isso ainda temos muito que aprender no mundo deles. Não nos esqueçamos de que a Educação começa no lar. E nós, pais, somos os educadores, com os bons exemplos. Pense nisso.

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