Pelas notícias e comentários, não há como evitar a preocupação sobre o patrimônio nacional que temos, e que é considerado um dos maiores do mundo. Afinal seguimos o pensamento que diz que o ser humano é o único animal que primeiro destrói para poder construir. Vamos ser mais cuidadosos com o nosso patrimônio que é a Terra que habitamos e devemos cuidar. Mas, há um detalhe importante. Nem sempre, quando construímos, somos capazes de preservar na construção. Lembrei-me disso quando ia pela rua, rumo ao centro da cidade. Lembrei-me do que um dos meus filhos falou, certo dia: “Boa Vista é uma cidade que não foi construída para pedestres”. E ele estava se referindo às calçadas da cidade. E isso porque íamos caminhando pelas calçadas e vez por outra tínhamos que descer e caminhar pelo asfalto. E isso porque a maioria das calçadas já judiadas, estavam lotadas de carros estacionados. E tínhamos que disputar o asfalto com os carros em movimento. E o pior é que não temos só os estacionamentos indevidos, mas a má qualidade das calçadas.
É impressionante a quantidade de plantas como ornamento das calçadas. São pequenas construções exclusivamente para plantas-enfeites, construídas cortando a calçada, nas duas laterais, de maneira que o pedestre não pode caminhar pela calçada. Aí fiquei pensando como é que deve se sentir os cadeirantes que têm, por isso, que disputar o asfalto com os carros. Mas, isso não é um problema só de Boa Vista. Já caminhei por muitas alçadas de várias cidades do Brasil, e as diferenças são raríssimas. O que temos de cidades com calçadas em péssimos estados de conservação, não está no gibi. Mas não temos como resolver isso com críticas nem blá-blá-blás. O problema é muito mais sério. Quem sabe, não é por conta dos desprezos, que sofremos desastres que poderiam ser evitados.
Com a chuva forte, na tarde de domingo, assisti a algo que me lembrou de como era a Rua Gaúcho Dias, aqui, há mais de três décadas. À época, a rua não era asfaltada. E quando chovia, a rua alagava e os filhos do Paulino brincavam num barquinho, pela rua. E lembrei-me, ontem, porque a rua alagou e só não deu pra andar de barco, porque já é asfaltada. Mas a rua alagou e a água invadiu meu portão. Só não alagou meu terreno porque eu o aterrei antes de construir a casa. Os bueiros da rua estavam entupidos. Dá pra acreditar? Vamos ser mais racionais e cuidar do nosso futuro, sabendo que não conhecemos o futuro da Terra. Pense nisso.
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