As vendas do comércio varejista em Roraima para o Dia das Mães, celebrado no próximo domingo (11), devem alcançar R$ 30,2 milhões, conforme estimativa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O valor representa um avanço de 0,6% em relação ao mesmo período do ano passado, crescimento considerado modesto diante da relevância da data, que é a segunda mais importante para o setor, atrás apenas do Natal.
O setor de vestuário, calçados e acessórios deve liderar as vendas neste período, com previsão de absorver cerca de 40% do volume comercializado. Cosméticos, perfumarias e produtos de farmácia aparecem em seguida, com 21%, enquanto utilidades domésticas e eletroeletrônicos devem responder por aproximadamente 13%.
Apesar da expectativa positiva em alguns segmentos, setores mais dependentes de financiamento — como móveis e eletrodomésticos de grande porte, conhecidos como linha branca — devem sentir os efeitos do crédito mais caro, com previsão de retração nas vendas de 6,0%.
Inflação pressiona presentes
Atualmente, a taxa média de juros das operações com recursos livres destinados às pessoas físicas se encontra no maior patamar desde agosto de 2023, em 56,3% ao ano, de acordo com o Banco Central.
Além dos juros, o aumento dos preços também pesa sobre o consumo. A cesta de produtos típicos do Dia das Mães deve apresentar inflação de 5,8% neste ano, mais que o dobro da registrada em 2024 (2,5%). Itens como joias (33,7%), chocolates (21,5%) e perfumes (9,8%) puxam a alta. Em contrapartida, eletrodomésticos como fogões e refrigeradores devem registrar queda de até 2,8%.
Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o momento exige estratégias criativas por parte do empresariado. “O cenário econômico tem exigido mais cautela dos consumidores, que estão mais seletivos neste Dia das Mães. Com isso, o varejo teve de se adaptar com rapidez e criatividade, investindo em promoções, itens de maior giro e mais alternativas de pagamento. Isso comprova o nível de comprometimento dos empresários com a retomada sustentável do consumo no País”, destacou.
Contratações temporárias devem crescer
No cenário nacional, a data deve impulsionar a geração de 29,73 mil vagas temporárias, superando os 28,36 mil postos criados no ano anterior. Apesar disso, a taxa de efetivação dos contratados deve cair de 29% para 20%, refletindo o ritmo mais contido da atividade comercial.
