TENSÃO

Venezuela rejeita decisão na ONU e mantém eleições para Essequibo

País do ditador Nicolás Maduro resiste renunciar litígio pelo rico território da Guiana. Pleito convocado pela Venezuela será em 25 de maio

Venezuela rejeita decisão na ONU e mantém eleições para Essequibo Venezuela rejeita decisão na ONU e mantém eleições para Essequibo Venezuela rejeita decisão na ONU e mantém eleições para Essequibo Venezuela rejeita decisão na ONU e mantém eleições para Essequibo
O ditador venezuelano Nicolás Maduro promulga lei que anexa o território de Essequibo à Venezuela
O ditador venezuelano Nicolás Maduro promulga lei que anexa o território de Essequibo à Venezuela (Foto: Twitter Nicolás Maduro)

A Venezuela rejeitou, nesta sexta-feira (2), a decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), da Organização das Nações Unidas (ONU), que proibiu o País de realizar eleições para o governo de Essequibo. Rico em petróleo, o território que representa 74% da Guiana é alvo de um litígio centenário entre os países.

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Caracas considerou a medida “abusiva e intervencionista” e reiterou não reconhecer a jurisdição da Corte sobre o tema.

Segundo a nota, o processo que envolve o Essequibo “tem sido fraudado desde o início” e sofre manipulação de “interesses corporativos anti-venezuelanos”.

O governo venezuelano, então, reiterou que a CIJ não tem autoridade para interferir em atos de soberania. “Nada no direito internacional permite à Corte imiscuir-se em assuntos que são da exclusividade do direito interno da Venezuela”, afirmou o texto.

Venezuela reforça validade do Acordo de Genebra

O comunicado reforçou, portanto, que o Acordo de Genebra de 1966 continua como o único instrumento legal para resolver a controvérsia territorial.

Por conseguinte, o governo destacou que o tratado obriga ambas as partes a buscar uma solução prática e mutuamente aceitável.

Ademais, Caracas acusou a Guiana de fugir ao diálogo e cobrou o retorno imediato às negociações diretas previstas no termo de 59 anos atrás.

Essequibo é irrenunciável, diz Venezuela

O governo venezuelano afirmou que considera o Essequibo parte irrenunciável de seu território e prometeu manter a defesa da região diante de qualquer tipo de pressão internacional.

“Sua defesa é um mandato histórico, constitucional e moral que une toda a Pátria Bolivariana”, declarou. “Não haverá pressão internacional, chantagem judicial nem tribunal estrangeiro que nos faça retroceder nesta convicção.”

Tensão entre Venezuela e Guiana

A tensão entre os países sul-americanos chegou ao auge em 2023, quando a Venezuela, unilateralmente, promoveu um referendo popular para aprovar a anexação de Essequibo ao seu território.

No ano seguinte, apesar de proibido pela CIJ e de concordar em não escalar o conflito, o ditador Nicolás Maduro promulgou a anexação da área.

Neste ano, a Venezuela convocou, para 25 de maio, eleições para governadores, deputados estaduais e federais. A convocação inclui a zona reivindicada, que o País chama de Guayana Esequiba.

Quatro candidatos disputam o governo do território, sendo o almirante Neil Villamizar, ex-comandante da Marinha da Venezuela, o favorito a vencer o pleito.

Foi a convocação do pleito que motivou a Guiana a solicitar intervenção da Corte da ONU. Após a decisão, o País voltou a pedir o cumprimento integral das ordens da CIJ para se abster de quaisquer ações contra a própria integridade territorial ou que perturbem a paz e a segurança da América Latina e do Caribe.

Perfil Lucas Luckezie
Lucas Luckezie

Jornalista

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

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