
Nesta quinta-feira (1º), corredores de rua e representantes de clubes esportivos se reuniram na Praça do Centro Cívico para protestar contra a impunidade no caso do atropelamento que vitimou quatro atletas no dia 29 de março, resultando na morte de José Francisco Gomes, o Ferrinho. O atleta faleceu no último domingo (27) após quase um mês internado, sem resistir aos ferimentos.
A condutora envolvida no acidente, que segundo a Polícia Civil apresentava sinais de embriaguez, ainda não foi penalizada. O caso gerou indignação entre os colegas e amigos de corrida, que exigem justiça e maior rigor na fiscalização do trânsito.
Eduvania Melo, atleta e amiga de Ferrinho, emocionou-se ao relembrar a luta pela vida do companheiro.
“Até o dia 27 de abril, tivemos esperança de que ele melhorasse. Agora, estamos aqui pelo sentimento de injustiça. A autora não assumiu responsabilidade, e quatro famílias estão devastadas. Estávamos agindo corretamente, e o trânsito continua matando”.
Antônio Ximenes, presidente do Runners Club, clube ao qual Ferrinho pertencia, criticou a postura da defesa da motorista, que emitiu nota sugerindo que os corredores evitassem vias movimentadas.
“Recebemos isso com indignação. Ela disse que ‘não ia dar em nada’, e até agora nada aconteceu. Ferrinho era um amigo, um pai, um atleta excepcional. Sua marca ficará para sempre”.
Ferrinho e mais três corredores foram atingidos por um veículo na entrada do bairro Bom Intento. A esposa dele, também vítima, se recupera em casa. A defesa da motorista J.G.P.M. expressou pesar pela morte, mas destacou em nota que o caso deveria servir de “alerta para evitar corridas em vias sem estrutura adequada” — argumento rejeitado pelos manifestantes.
Os participantes do ato pediram celeridade nas investigações e aplicação da lei. “Queremos fiscalização mais rígida e respeito às normas de trânsito”, finalizou Ximenes.