Cotidiano

CRM pode suspender cirurgias eletivas mais uma vez

CRM pode suspender cirurgias eletivas mais uma vez CRM pode suspender cirurgias eletivas mais uma vez CRM pode suspender cirurgias eletivas mais uma vez CRM pode suspender cirurgias eletivas mais uma vez

O Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM-RR) emitiu um indicativo de nova interdição das cirurgias eletivas no Hospital Geral de Roraima (HGR) e no Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINS) após fiscalização feita nas unidades no dia 20 de janeiro.

Conforme explicou Rosa Leal, presidente do CRM, houve melhoria no abastecimento de insumos básicos e medicamentos nos hospitais, o que resultou na desinterdição das cirurgias eletivas no dia 5 de janeiro. Entretanto, reclamações de pacientes e profissionais de saúde sobre a falta de materiais incentivaram o adiantamento de uma fiscalização para acompanhar os estoques e saber se os procedimentos deveriam continuar ocorrendo.

“A situação que nos fez interditar na época era gravíssima, agora está grave. Antes, não tinha nada, agora tem o básico. Coisas pequenas podem ser realizadas, mas, neste momento, quando utilizar um material para realizar uma cirurgia de pequeno porte, estou tirando da urgência e emergência. Essa é a nossa grande preocupação”, disse.

Rosa justificou que os conselheiros fizeram um relatório de vistoria sobre a situação, gerando um termo de notificação para a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) sobre a nova possibilidade de interdição dos procedimentos cirúrgicos. No documento, o CRM solicitava informações sobre quais medidas seriam tomadas por parte da secretaria para diminuir os problemas encontrados.

O titular da Sesau, Ailton Wanderley, enviou um documento relatando todos os processos licitatórios de compra de insumos, porém, as primeiras entregas devem ser feitas a partir de março.

“Não sabemos que dia nem quais materiais virão. O contrato emergencial deve chegar em torno de 20 dias, mas é uma quantidade pequena que vai garantir urgência e não garante que a gente mantenha as eletivas por muito tempo”, continuou a presidente.

Uma nova plenária será feita na quarta-feira, 13, entre os conselheiros para nova análise das medidas apresentadas pela Sesau e decidir se as cirurgias eletivas serão suspensas novamente. Além da falta de materiais básicos, a presidente do CRM pontuou que o sucateamento dos móveis e equipamentos também são indicativos para interdição.

“Há uma questão de estrutura física muito grande também, mas isso a gente nem está considerando tanto e, sim, mais a situação dos medicamentos. Conversando com os médicos dos hospitais, eles aceitam a decisão que for tomada na nossa plenária, caso decida por interdição. Todos estão cientes das condições em que estão trabalhando”, encerrou.

Rosa Leal destacou que a lista de pessoas que aguardam cirurgias eletivas no HGR tem, em média, quatro mil pacientes. Já na maternidade, o número está em torno de 1.700.

Sesau diz que ainda não recebeu notificação

Por meio de nota, a  Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que não recebeu notificação sobre o indicativo de interdição por parte do CRMRR. De acordo com a pasta, é preciso vencer o “histórico de calotes” com os fornecedores que está emperrando o andamento dos contratos.

“Somada a isso, está a dificuldade em se fazer uma previsão do que é necessário comprar para garantir esse abastecimento. Fatores como a ausência de informações que possam indicar, com base em dados confiáveis, a real necessidade e o que efetivamente foi utilizado nos últimos anos. O histórico de compras não pode servir como parâmetro, porque não se comprava quase nada e não há elementos claros para isso, sendo necessário começar do zero”, relatou a nota.

A Sesau justificou ainda que os processos anuais de aquisição desses itens já estão em andamento e a previsão é que, a partir do mês de março, o abastecimento das unidades comece a ser garantido com base nesses contratos.

“Enquanto isso, há processos emergenciais de compra de materiais e medicamentos para abastecer as unidades de saúde nesse período inicial. A expectativa é que entre os dias 12 e 25 de fevereiro, a Sesau receba a grande maioria dos itens essenciais até que a compra anual seja finalizada”, encerrou. (A.P.L.)

MPRR e Sesau firmaram acordojudicial para compra de materiais

O Ministério Público de Roraima (MPRR) informou, por intermédio da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde, que firmou no dia 29 de janeiro um acordo com o Estado para o abastecimento de medicamentos e insumos básicos nas unidades de saúde estaduais.

De acordo com o documento homologado pela 1ª Vara da Fazenda Pública, o governo deverá cumprir cronograma para aquisição de medicamentos e insumos necessários a suas unidades hospitalares de saúde e apresentar relatório quinzenal ao MPRR, bem como realizar em até 60 dias a reclassificação dos pacientes que aguardam por cirurgia na fila única do SUS, de acordo com a gravidade e urgência.

PRÓXIMAS AÇÕES – O Ministério Público convidou a presidente do Conselho Regional de Medicina para que na próxima semana realizem visitas in loco junto às coordenações da Secretaria Estadual de Saúde com o objetivo de verificar o cumprimento do acordo judicial.  (A.P.L)

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.