Cotidiano

Aneel autoriza importação de energia da Venezuela para Boa Vista

A energia é fornecida por meio da Linha de Transmissão 230 kV Boa Vista - Santa Elena de Uairén, com monitoramento do ONS

Aneel autoriza importação de energia da Venezuela para Boa Vista Aneel autoriza importação de energia da Venezuela para Boa Vista Aneel autoriza importação de energia da Venezuela para Boa Vista Aneel autoriza importação de energia da Venezuela para Boa Vista
Foto: Agência Brasil/EBC
Foto: Agência Brasil/EBC

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou, nesta terça-feira (18), a importação de energia elétrica da Venezuela pela Bolt Energy para Roraima, com uma economia estimada de R$ 41,2 milhões. O fornecimento está acontecendo desde a última sexta (14).

A medida busca reduzir os gastos com o suprimento elétrico de Boa Vista e localidades conectadas, atualmente dependentes de geração térmica a gás natural, biomassa de acácia, biomassa e óleo de palma e óleo diesel.

A energia é fornecida por meio da Linha de Transmissão 230 kV Boa Vista – Santa Elena de Uairén, com monitoramento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A autorização permite que a importação ocorra entre janeiro e abril de 2025, com um limite máximo de 15 megawatts, conforme demandado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).

De acordo com informações obtidas pela Folha, o preço da energia foi fixado em R$ 1.096,11 por megawatt-hora (MWh), e a Bolt Energy será remunerada com recursos da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que subsidia a geração elétrica em regiões isoladas. Em caso de perdas na linha de transmissão entre Santa Elena de Uairén e Boa Vista serão descontadas do montante de energia pago à empresa.

E o blackout no último final de semana?

O fim da importação da energia da Venezuela à Roraima se deu pelos constantes apagões que o estado brasileiro sofria com o abastecimento. Após a Folha noticiar que o estado já estava recebendo energia do país vizinho, no dia seguinte Boa Vista registrou um blackout de quase uma hora.

Entretanto, uma apuração com engenheiros ouvidos pela reportagem, apontam que o ocorrido se deu por um apagão no estado venezuelano, que gerou um efeito cascata afetando a linha de transmissão até a capital roraimense. Um deles ainda reforçou que a importação de 15 MW da Venezuela não é suficiente para provocar um apagão.

“Houve um corte de carga de 2 mil MW na Venezuela, deixando várias cidades sem energia. Esse evento fez com que a usina venezuelana gerasse energia em excesso, alterando a frequência do sistema. O sistema de proteção foi acionado para evitar maiores problemas, mas a usina Jaguatirica, em Roraima, não suportou as oscilações e acabou desligando, provocando um blackout”, explicou um especialista.

Apesar disso, as causas ainda serão analisadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e relatório oficial será elaborado após apuração com todos os agentes. Porém, preliminarmente, o operador informou que uma falha na linha reduziu a importação de energia de 15 MW para apenas 7 MW por volta das 16h16 (horário de Brasília) do último sábado (15).

No mesmo momento, ocorreu o desligamento total da UTE Jaguatirica II, uma das principais usinas do estado, que estava gerando 67 MW. Como consequência, o Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC) – mecanismo para manter estabilidade ao desligar cargas em momentos de crise – foi acionado para tentar restabelecer o equilíbrio entre a geração e a demanda de energia. O ERAC desligou 103 MW, ou seja, 65% da carga total do estado.

Quinze minutos após o primeiro desligamento, o sistema sofreu uma nova falha, com a perda de 60 MW adicionais. A recomposição da energia começou às 16h52 e foi finalizada às 17h50, quando o fornecimento foi restabelecido.

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