Cotidiano

Produção de frutas em Alto Alegre é interditada após foco

O município está interditado cautelarmente desde o dia 30 de outubro, após a detecção de um novo foco da mosca da carambola, um inseto macho

A sede do município de Alto Alegre, por meio de ato da Superintendência Federal de Agricultura em Roraima (SFA), vai permanecer interditada de forma cautelar. A medida foi definida durante reunião realizada na tarde dessa terça-feira, 6, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que contou com a presença de representantes da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (Aderr).

A reunião acontece uma semana após a aparição de um novo foco da mosca da carambola, um inseto macho, que foi detectado no município por uma das armadilhas da Aderr e do Mapa. Foi a primeira vez que Alto Alegre registrou uma incidência desse tipo e, pelo fato de ser um importante produtor de tomates e pimentas, gerou preocupação entre os órgãos competentes.

Para a interdição, uma segunda barreira fitossanitária será implantada na saída que vai para Mucajaí, também na região centro-oeste. Segundo o diretor de Defesa Vegetal da Aderr, Luiz Cláudio Estrella, o órgão vai continuar a fazer leituras das armadilhas colocadas nas comunidades indígenas e nas áreas de produção do município, visando à declaração de área livre para quem produz.

Dessa forma, os produtores poderão transportar os frutos perante Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) ou Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado (CFOC). “Não deve e nem atrapalha a comercialização deles. Desde o dia 30, com a aparição do foco, estamos reforçando a região com monitoramento de armadilhas para a defesa dos produtores”, explicou.

Após a detecção do foco, uma das primeiras medidas tomadas pelos órgãos foi estabelecer um perímetro dentro da sede do município, retirar todos os frutos da carambola e de outras frutas hospedeiras, coletar e colocar em sacos plásticos e vedar. Assim caso existam exemplares de larvas nesses frutos, eles vão perecer se guardados em sacos plásticos ou enterrados.

Outra medida foi acionar a equipe de educação sanitária para mostrar à população o risco que se corre com a presença da praga. Estrella relatou que este é um problema que o Estado vive há anos. De origem da Malásia, a mosca da carambola chegou a Roraima por meio das Guianas e tem o agravante de não possuir inimigos naturais. “A reprodução é alta e pode causar prejuízos enormes, por isso é a praga quarentenária mais preocupante”, disse.

Na avaliação de Estrella, o foco que apareceu em Alto Alegre, contraditório a tudo que estuda, provavelmente é originária de Pacaraima, região norte do Estado, e foi levada a Alto Alegre por meio das pessoas que compram e transportam produtos oriundos da Venezuela.