Cotidiano

Critérios para pedido não foram atendidos, diz Sérgio Etchegoyen

Solicitação do Decreto para Garantia da Lei e Ordem foi feita dentro de um ofício que pedia apoio à Presidência da República e Ministério da Defesa, no ano passado

Critérios para pedido não foram atendidos, diz Sérgio Etchegoyen Critérios para pedido não foram atendidos, diz Sérgio Etchegoyen Critérios para pedido não foram atendidos, diz Sérgio Etchegoyen Critérios para pedido não foram atendidos, diz Sérgio Etchegoyen

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, declarou que o Governo de Roraima não atendeu alguns critérios na solicitação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) à Presidência da República.

O ofício enviado no ano passado pela governadora Suely Campos (PP) ao presidente Michel Temer e ao então ministro da Defesa, Raul Jungmann, pedia por patrulhamento na faixa de fronteira, visando coibir o tráfico internacional de drogas e armas, afirmou o ministro.

Mas, conforme Ethegoyen, era preciso que o Governo do Estado declarasse no documento o esgotamento de instrumentos destinados à preservação da ordem pública e a definição da área onde as Forças Armadas irão atuar.

“O Governo precisaria declarar o esgotamento dos seus recursos de segurança pública, por que não existem mais ou por que já estão todos empregados e definir a região, que pode ser todo o Estado, uma cidade ou parte de uma cidade”, explicou o ministro. “E aí é preciso um socorro das Forças Armadas”, completou.

DOCUMENTO – A Folha entrou em contato com o Governo do Estado sobre as declarações do ministro Ethegoyen e foi informada, mais uma vez, que o Executivo Estadual já havia solicitado o apoio das Forças Armadas, inclusive citando o ofício nº 230/2017, encaminhado em agosto do ano passado.

O documento em questão trata de um pedido de apoio do Governo do Estado ao Governo Federal, justificado pelo elevado e desordenado fluxo migratório de cidadãos venezuelanos e informações obtidas pelo serviço de inteligência da Polícia Civil sobre a utilização de imigrantes para o tráfico de drogas e armas em Pacaraima.

No ofício, o Governo pediu pela “expedição do Decreto para Garantia da Lei e da Ordem, visando o emprego das Forças Armadas no patrulhamento em toda a extensão da faixa da fronteira do Município de Pacaraima com a Venezuela”, além do envio de maior efetivo de agentes e delegados da Polícia Federal. Porém, não consta no documento o esgotamento dos recursos.

Sobre as solicitações de especificações de esgotamento de instrumentos e como está a situação atual dos recursos de segurança pública do Estado, o Governo não se pronunciou.

GLO – A Garantia da Lei e Ordem (GLO) é similar ao que acontece hoje em dia no Rio de Janeiro, onde as Forças Armadas são responsáveis pela segurança pública do Estado.

Para acionar o emprego das Forças Armadas em GLO é preciso obedecer ao seguinte esquema: crise na segurança pública, seguida do esgotamento dos instrumentos destinados à preservação da ordem pública e, assim, emitida a declaração da situação de indisponibilidade que pode ser feita pelo presidente da República, governador de Estado ou do Distrito Federal.

Com a declaração, o presidente da República e somente ele poderá decidir pela aplicação da GLO. Caso decida, são acionados o Gabinete de Segurança Institucional e Ministério da Defesa (MD), que expede Diretriz Ministerial; e o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (CEMFCA), que emite as instruções do emprego das Forças Armadas.

Em seguida, o MD ativa os demais órgãos operacionais e solicita recursos necessários ao Ministério do Planejamento e busca assistência jurídica junto à Advocacia Geral da União (AGU).

O Comandante da Operação deverá então assumir o controle operacional dos órgãos de segurança pública e da Força Nacional, para realizar ações preventivas e repressivas, caso necessárias. “O emprego das Forças Armadas em GLO deverá ser episódico, em área previamente definida e ter a menor duração possível”, explica o Ministério da Justiça.

Caso se observe a evolução da situação, o MD poderá então propor o encerramento da operação, seguida da reversão da GLO e desmobilização das Forças Armadas na localidade. (P.C.)

Infratores poderão ser penalizados, afirma Etchegoyen

Sobre o ocorrido no final de semana em Pacaraima, onde as barracas de imigrantes foram queimadas e destruídas com uma retroescavadeira, o ministro do GSI afirmou que o Governo Federal está agindo para que o problema não volte a ocorrer, até com penalidade para quem incita os atos. “O Governo está profundamente preocupado em manter a integridade dos brasileiros e atender os venezuelanos, mas não vai admitir o cometimento de crimes. As pessoas vão ser chamadas para responder sobre os seus atos”, completou Sérgio Etchegoyen.

Questionado sobre o fechamento da fronteira, o ministro avaliou a medida como ‘impensável’, por ser considerada ilegal devido às leis brasileiras de imigração que determina o acolhimento de estrangeiros na situação de crise humanitária. (P.C)

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