Cotidiano

Moradores investem em segurança residencial para evitar crimes

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Tempos atrás, optar por investimento em segurança residencial era para poucos e acontecia em alguns bairros privilegiados de Boa Vista. Com o aumento da criminalidade em todo o estado, famílias estão destinando uma parte da renda para contratação de serviços especializados em garantir a proteção das casas. 

É comum ver motos de empresas particulares realizando uma espécie de ronda nas ruas. Com as sirenes acionadas, o vigilante noturno faz ronda em torno das casas dependendo da contratação dos moradores, seja por uma noite ou mensalmente. Alguns residentes, inclusive, preferem fazer acordos e dividirem o valor cobrado para que todos sejam devidamente inclusos na rota.

Em um panfleto, uma empresa de vigilância anuncia que acompanha a chegada e saída de moradores de suas residências; verifica o fechamento dos portões de imóveis; e comunica a polícia sobre presença de pessoas estranhas. O horário de trabalho é das 21h até as 5h, de segunda-feira a domingo. 

Para o sociólogo e especialista em segurança pública, Carlos Borges, a prática é uma clara medida de como o Plano Nacional de Segurança Pública não é suficiente e que a população se sente mais segura na compra de serviços especializados para diminuir o sentimento de insegurança. “É a privatização da segurança. Na medida que você não tem uma política pública eficaz de segurança, é natural que surjam empresas para suprir a demanda. É responsabilidade que o Estado não cumpre. Considerando que o Estado não proporciona condições de segurança para esse cidadão, então a tendência das empresas privadas é expandir”, disse.

O especialista afirmou que essa mudança drástica em pouco tempo é resultado de um avanço na criminalização e insegurança populacional. “Sem que o cidadão possa se defender, aumenta a demanda. E já está bem visível em Boa Vista, não só a segurança motorizada, mas como equipamentos eletrônicos cada vez mais sendo utilizados nas residências: câmeras, cercas elétricas”, completou.

Borges ressaltou ainda que essa mudança no comportamento das pessoas, inibe a ação de bandidos de cometerem crimes.“O Estado, por sua vez, não consegue desarmar o outro lado da população, principalmente aqueles que cometem delito ou infrações. A solução que se tem é a privatização. Vai buscar como alternativa a segurança privada, que se mostra eficaz. E em paralelo a isso, tem a expansão também de grupos de WhatsApp que a população vigia a sua rua”, apontou.

A tendência é que esse comportamento aumente, com a introdução de mecanismos para garantir a segurança. “À medida que a população vai se expandido, o problema da insegurança se torna cada vez mais persistente”, finalizou. (A.P.L)

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