Cotidiano

Eletrobras recusa energia de Jatapu e deixa moradores do sul às escuras

De acordo com presidente da Companhia Energética de Roraima, a distribuidora teria desligado a usina após oscilações na energia

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Em uma coletiva de imprensa que ocorreu na manhã de ontem, 5, a Companhia Energética de Roraima (Cerr) denunciou que a hidrelétrica de Jatapu, localizada no município de Caroebe, está desligada após a Eletrobras Distribuição Roraima se recusar a gerar energia para o sul do estado.

De acordo com o presidente da Cerr, Kleber Coutinho, o desligamento ocorreu há três dias e a Companhia teria sido informada extraoficialmente sobre a decisão da distribuidora. A hidrelétrica foi reinaugurada há menos de 20 dias e estaria estável para funcionar em sua capacidade máxima de 10 megawatts, sendo possível atender os municípios de Caroebe, São Luiz e São João da Baliza, chegando até Rorainópolis.

“Hoje ela está com a capacidade plena de 10 megawatts e nós estamos gerando essa energia. A obrigação da Cerr é de gerar energia, a distribuição e a manutenção das redes estão a cargo da Eletrobras após a Cerr perder a concessão. Desde o dia 2, a Eletrobras está com a energia vinda de Boa Vista consociada com a termelétrica de Novo Paraíso”, disse.

Kleber informou também que uma equipe da Cerr foi até os municípios que recebem a energia da termelétrica de Jatapu e percebeu que não havia potência chegando às tomadas das residências e comércios, o que tem causado danos para os equipamentos elétricos. Além disso, os municípios estão enfrentando constantes apagões e oscilações no fornecimento de energia, em São Luiz, foram registrados mais de 10 apagões nos últimos dias.

“Nós estivemos in loco, visitamos todas as comunidades de todos os municípios e temos relatos de empresas, de comércios, residências, para ver o que estava ocorrendo. Verificamos todo o sistema da linha de transmissão, estivemos em Jatapu e não verificamos nenhuma justificativa técnica para que a Eletrobras pudesse fazer essa recusa. A usina está desligada a pedido da Eletrobras”, afirmou Kleber.

O presidente seguiu dizendo que não existe uma equipe de manutenção dentro da rede na termelétrica, que pode ser prejudicada com alguns imprevistos, como árvores derrubadas por conta de chuvas. Outro ponto levantado por ele foi que o serviço de atendimento ao consumidor é insuficiente e está baseado de plantão em São João da Baliza e em Rorainópolis, e que isso gera demora na prestação de serviço, pois o atendimento só é realizado em horário comercial.

“Quem está sendo penalizada é a população. Em Entre Rios, desde que Jatapu foi reinaugurada nunca faltou energia, hoje, com rede vinda de Boa Vista para lá, você não consegue energia para ligar um ventilador. A Eletrobras tem que tomar uma providência urgente em montar essa equipe de manutenção e não prejudicar o sul do estado. Não é para estar faltando energia, a energia tem que estar estável”, completou.

Após o desligamento da chave na subestação de São João da Baliza, o presidente informou que a Cerr não tem compatibilidade para realizar a geração de energia porque pode prejudicar uma turbina. Para tentar resolver o problema, a Companhia tem procurado entrar em negociação com a Eletrobras para que seja apresentada uma justificativa para a situação. “Nós estamos buscando um prazo até esta sexta-feira e se por acaso não for resolvido, nós vamos entrar com uma ação pública contra a Eletrobras”, finalizou.

OUTRO LADO – Por meio de nota, a Eletrobras Distribuição Roraima informou que está convocando a Cerr para uma reunião a fim de resolver problemas técnicos da usina de Jatapu, que ainda está sobre responsabilidade da Cerr e que vem gerando instabilidade operacional ao sistema que atende a região centro-sul do estado. Desta forma, momentaneamente ou até que o problema seja equacionado e solucionado, a Eletrobras Distribuição Roraima optou por gerar energia com suas térmicas em Novo Paraíso para restabelecer a confiabilidade do sistema.

A reportagem da Folha questionou sobre os motivos por que a termelétrica não estava funcionando em sua potencialidade máxima e também questionou quando o problema seria resolvido, mas não obteve resposta. (A.P.L)

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