O nível do Rio Branco ultrapassou os 9 metros em Caracaraí. Por conta disso, a Prefeitura decidiu antecipar as férias escolares em oito escolas da cidade por conta da cheia do Rio Branco. Cinco unidades de ensino estão localizadas na região do Baixo Rio Branco, onde o rio avança diariamente, atingindo as comunidades.
Outras três unidades estão nas vicinais Serra Dourada, Rio Dias e Cujubim, onde a água interditou grande parte das estradas, impossibilitando a passagem de carros e, consequentemente, dos estudantes. Frente a essa situação, os gestores das escolas aplicaram atividades extraclasses, bem como anteciparam as provas dos alunos, com intuito de não prejudicá-los.
“A Prefeitura de Caracaraí não permitiu, tampouco permitirá, que os estudantes estejam correndo risco de vida nessas localidades, sendo esse um dos motivos pelos quais anteciparam o recesso. A previsão era que as férias iniciassem no dia 5 de julho. O calendário escolar não será afetado, devido aos planejamentos da Secretaria municipal de Educação”, informou.
DESALOJADOS – Com a cheia no município e centenas de pessoas desalojadas, a Prefeitura de Caracaraí informou que a população precisa de doações de todos os tipos, principalmente de alimentos e água potável.
A cheia já atingiu aproximadamente 104 pessoas na sede da cidade. Desse total, 20 estão abrigadas nos espaços montados pela prefeitura. Ao menos seis famílias, que vivem em áreas de risco, estão sendo monitoradas pelos órgãos de defesa, com intuito de serem realocadas para ambientes seguros.
Vinte e uma famílias tiveram que deixar as residências onde vivem. Outras oito [além das 21] vivem em embarcações e estão sendo orientadas quanto aos riscos de permanecerem nesses barcos. “Pontuamos que a Central 153 continua em pleno funcionamento para atender às demandas da população. Dispomos de caminhões e equipes 24h para dar suporte às pessoas afetadas pela cheia. Nossas equipes também estão atuando nas regiões de risco e na zona rural de Caracaraí, com intuito de saber a real situação da cidade e promover ações frente à cheia”, disse Socorro.
Segundo a prefeita Socorro Guerra, a população desabrigada está saindo de suas casas e deixando animais, plantações e seguindo para casa de parentes ou abrigos temporários, onde muitas vezes não tem o que comer. “As pessoas também estão perdendo roupas e as guarnições da casa. Então, nós estamos pedindo doações de todo tipo para as pessoas que estão desalojadas. Mosquiteiros, colchões, o que tiver para doar nós aceitaremos”, afirmou.
Socorro explicou que as doações podem ser feitas em Boa Vista em dois locais. O primeiro local é a sede do Corpo de Bombeiros na Capital, bastando informar que os mantimentos são destinados para Caracaraí. O segundo local fica em uma residência na Rua Andorinhas, nº 248, em frente à praça do bairro Mecejana. “Pode deixar lá que nós mandamos uma equipe para buscar as doações”, explicou.
A prefeita ressaltou que o rio continua enchendo, com muita chuva e há grande preocupação do poder público. “Nós estamos muito angustiados porque a água está vindo e entrando nas casas. Estamos orando para que não se repita o que vivemos com a cheia em 2011, que foi uma das maiores tragédias que Caracaraí já viveu. O problema é que as previsões indicam que ainda tem muita água por vir”, lamentou.
Corpo de Bombeiros está em alerta máximo
O Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR), por meio da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDC), está com a Operação Inverno em execução, realizando trabalhos de prevenção e resposta emergencial nas áreas afetadas pelas chuvas e na minimização das consequências decorrentes da elevação do nível de água nos rios e igarapés de Roraima. Na manhã de ontem, 2, o nível do Rio Branco em Boa Vista estava em 7,67 metros e, em Caracaraí, 9,15 metros.
De acordo com o 1º tenente Emerson Gouvêa Lima, chefe da Divisão de Operações Emergenciais da Defesa Civil, com as fortes chuvas dos últimos dias, o nível do Rio Branco subiu de 8 para 9 metros em Caracaraí. “O risco de algumas residências serem tomadas pela elevação do rio é altíssimo. Por isso tomamos nossas medidas preventivas, encaminhando essas pessoas para um local mais seguro, pois os locais que elas se encontravam estava completamente inundado. Tem chovido em todo estado e com isso a expectativa é de que o nível do Rio Branco continue se elevando. O Corpo de Bombeiros está em alerta máxima. Os nossos trabalhos vão continuar sendo efetuados tanto no interior como na capital”, afirmou.
O Corpo de Bombeiros alerta as populações ribeirinhas e moradores de áreas vulneráveis e suscetíveis à ocorrência de inundações, alagamentos e enxurradas, que permaneçam em suas residências ou em locais seguros.
A recomendação é que os moradores evitem a transposição de rios onde as pontes estejam submersas ou com pontos de alagamento, bem como nas áreas de risco iminente de desastres. Só devem realizar a travessia de rios, lagos e Igarapés, em casos extremos de necessidade e, ainda assim, devem solicitar de imediato o apoio do Corpo de Bombeiros.
Em situações de emergência, a solicitação deve ser comunicada imediatamente por meio do telefone de emergência 193 ou pelo telefone 199 da Defesa Civil Estadual.
DICAS DE SEGURANÇA
ANTES DAS CHUVAS:
– Realizar poda ou corte de árvores localizadas próximo às residências, com risco de queda;
– Manter o conserto de calhas e telhados, trocar telhas quebradas, fazer reforço da fixação, renovando pregos e madeiras, fazer isolamento da fiação elétrica;
– Não estacionar carros em ladeiras;
– Não acumular lixo nem entulhos nas ruas. Com a chuva, esse material vai parar nos bueiros; e
– Verificar condições de segurança de sua casa: atenção para trincas, rachaduras, queda de paredes.
DURANTE AS CHUVAS:
– Se o nível da água estiver subindo, vá com sua família para um lugar seguro. Se estiver ao ar livre, procure um abrigo seguro, longe de árvores; elas atraem raios e seus galhos podem cair.
APÓS AS CHUVAS:
– Cuidado com a água que for beber. Veja se não foi contaminada pela inundação. O que traz sérios riscos à saúde; e
– Não use equipamentos elétricos que tenham sido molhados; nem em locais inundados, pois há risco de choque elétrico e curto-circuito.