Cotidiano

Certificação internacional possibilita expansão da pecuária roraimense

Expectativa da Aderr é que, em breve, a produção de alimentos seja a principal atividade econômica do Estado

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A mudança do status sanitário do Brasil em relação à erradicação da Febre Aftosa foi comemorada pelos pecuaristas roraimenses com a certificação de país livre da doença com vacinação concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) durante a 86ª Assembleia Anual em Paris, na França.

As ações, compartilhadas entre os Governos federal e estadual e o setor privado, foram consideradas um grande avanço e vão possibilitar uma expansão significativa para a pecuária roraimense, que passa a agregar credibilidade, segurança e confiança para futuros investimentos na exportação de carne e derivados de origem animal.

O presidente da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), Gelb Platão, afirmou que a primeira conquista nessa direção teve início em abril de 2017, com a aprovação pela comissão científica da OIE da certificação ao Brasil. Desde então, o rebanho bovino cresceu 10%. Há um ano, havia 784 mil cabeças de gado. Hoje, com a conclusão da 35ª campanha de vacinação contra a aftosa, foram registrados 862 mil animais. “A partir de agora, o setor caminha a passos largos em direção ao desenvolvimento. Em breve, a produção de alimentos será a principal atividade econômica em nosso Produto Interno Bruto”, disse.

MERCADO INTERNACIONAL – Platão adiantou que já existem contratos de exportação em negociação com outros países. “Os empresários de Roraima estão buscando novos mercados, principalmente a Venezuela, que tem um grande potencial para o consumo de nossa carne. Além disso, também somos vizinhos da Guiana e, por nossa localização estratégica, temos todas as ferramentas na mão para alcançar mercados do Caribe e da Europa”, adiantou.

Certificação pode atrair indústria

Outro setor que pode despontar em Roraima, após a certificação internacional livre de aftosa com vacinação, é o da indústria. Até pouco tempo atrás, a única opção de abate para os pecuaristas era o Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima (Mafirr).

“Hoje a iniciativa privada investiu em um moderno frigorífico em Boa Vista, pensando justamente nesse avanço. Outros matadouros menores também funcionam no interior do Estado. Assim, o Governo fez investimentos que destravam o setor produtivo, promovendo o surgimento da indústria e abrindo caminho para o desenvolvimento econômico de Roraima”, frisou o presidente da Aderr.

Platão afirmou ainda que, com a certificação internacional, grandes conglomerados de exportação passarão a fazer visitas ao Estado para verificar a possibilidade de se instalarem em terras roraimenses. “Com empresas desse porte instaladas aqui, o produto já sai beneficiado, deixando o imposto aqui, gerando mais emprego e renda”, disse.

INVESTIMENTOS – A governadora Suely Campos citou que a conquista do certificado é um marco para o desenvolvimento da economia de Roraima. “Agora, a nossa carne pode, pela primeira vez, ser vendida para qualquer lugar do mundo, da mesma forma como nosso leite e também o nosso queijo”, declarou.

Ela frisou ainda que a conquista amplia a fronteira agropecuária. “Temos tudo para desenvolver uma nova indústria de alimentos, construir mais frigoríficos. É uma cadeia produtiva que vai gerar mais empregos. Foram mais de R$ 10 milhões para reestruturar a Agência de Defesa Agropecuária. Investimos também na contratação de mais de 170 servidores, e na aquisição de novas viaturas. Todo esse trabalho é um grande legado para Roraima, um marco no nosso desenvolvimento econômico”, pontuou.

Coopercarne afifi rma que conquista vai alavancar pecuária no estado

O presidente da Cooperativa Agropecuária de Roraima (Coopercarne), Disney Mesquita, destacou que esta conquista tem um impacto significativo para a pecuária roraimense e que é fruto de um trabalho iniciado em 2012, quando Roraima não alcançou o status de área livre. “Sem a ajuda dos Governos federal e estadual, os produtores não seriam capazes de atingir esse status e de cumprir as metas preconizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)”, citou.

Já em 2014, segundo Disney, foi possível uma evolução no setor com o acréscimo de recursos junto à Agência de Defesa Agropecuária (Aderr), quando Roraima conseguiu o status de médio risco. “Essa caminhada continuou com os produtores e a Coopercarne, sendo possível uma aproximação com a Superintendência Federal de Agricultura. Participamos de diversas reuniões junto ao MAPA, em Brasília, até conseguimos o status de área livre de aftosa com vacinação. Foi um trabalho em conjunto envolvendo tanto o segmento da pecuária roraimense como as instituições governamentais e federais”, disse.

Segundo Disney, o reconhecimento internacional vai possibilitar uma abertura com o incentivo do poder público para a expansão da pecuária roraimense, com o aumento do rebanho para a exportação para outros países e principalmente para o Amazonas, onde as tratativas para a conquista deste mercado estão bem avançadas. “O grande consumidor da carne bovina produzida no Estado é o Amazonas e já estamos conversando com várias redes de supermercados e junto com o Frigo 10 estamos acertando estes detalhes para a comercialização da carne roraimense”, finalizou. (R.G)

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