Política

PF pede transferência de Márcio Junqueira para presídio da Papuda

O ex-deputado federal por Roraima foi filmado pagando e ameaçando o ex-assessor José Expedito Junior que vem colaborando com as investigações da Lava Jato

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A Polícia Federal pediu a transferência do ex-deputado por Roraima Márcio Junqueira, para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Junqueira foi preso no início da semana, por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), por ter pago despesas pessoais e ameaçado o ex-assessor do senador Ciro Nogueira e do deputado Eduardo da Fonte, José Expedito Junior, que vem colaborando com as investigações da Lava Jato e negocia uma delação premiada. As iniciativas seriam, segundo as investigações, uma forma de tentar comprar o silêncio e mesmo alterar os depoimentos do ex-assessor parlamentar.

Um documento da equipe da Lava Jato, que a imprensa teve acesso, relata todas as ações minuciosamente, inclusive a entrega do dinheiro enviado ao delator que foi filmada pelos policiais federais, no que eles chamam de ação controlada, em que se junta a filmagem, a gravação em áudio e o monitoramento da entrega da propina.

No caso de Márcio Junqueira, segundo o documento, a filmagem foi feita por conta da suspeita de obstrução de Justiça. “Foi gravada a compra de silêncio de uma testemunha e tudo foi combinado com a própria testemunha, que é o José Expedito Rodrigues Almeida, ex-assessor do senador Ciro Nogueira. Ele já tinha admitido que recebia dinheiro arrecadado para o senador e o deputado e depois ele procurou a Polícia Federal para informar essa tentativa de compra de silêncio. A partir daí tudo ficou acertado, conseguimos autorização judicial e foi feita a filmagem da entrega de dinheiro em duas vezes, entregas essas feitas pelo senhor Márcio Junqueira”, diz trecho do documento.

A primeira entrega de dinheiro teria ocorrido no dia 26 de fevereiro, no valor de R$ 5 mil reais. Na escuta dos diálogos, houve referências ao deputado Eduardo da Fonte. Houve um segundo encontro, no dia 28 de fevereiro, que foi fotografado e filmado. Nessa ocasião, houve menção ao senador Ciro Nogueira. O assessor também revelou que existe um quarto de hotel em São Paulo que é usado como residência e onde está guardado o dinheiro dos políticos.

OUTRO LADO – O ex-deputado Márcio Junqueira alega que quer falar e esclarecer a situação, mas, por pedido da defesa, seu depoimento que estava marcado para quinta-feira foi adiado até que ele tenha acesso a toda a investigação.

A defesa teve acesso aos autos e ao decreto prisional somente na sexta-feira. “Os autos estão compostos por 500 páginas, com várias regravações de mídias de áudio. Então, somente após a leitura detalhada do conteúdo é que poderemos conceder qualquer opinião a respeito”, afirmou em nota o criminalista Roberto Bertholdo, que defende atualmente Junqueira.

 

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