SEGUE PARA CÂMARA

Como cada senador de Roraima votou na PEC que limita decisões do STF

Projeto proíbe decisão monocrática que suspenda a eficácia de lei. Esse tipo de decisão é aquela proferida por apenas um magistrado

Como cada senador de Roraima votou na PEC que limita decisões do STF Como cada senador de Roraima votou na PEC que limita decisões do STF Como cada senador de Roraima votou na PEC que limita decisões do STF Como cada senador de Roraima votou na PEC que limita decisões do STF
Fachada do palácio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília
Fachada do Supremo Tribunal Federal (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O Senado aprovou, por 52 a 18, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita decisões individuais de ministros no Supremo Tribunal Federal (STF) e de magistrados de outros tribunais superiores. O texto segue para a Câmara dos Deputados. Dos três senadores de Roraima, dois votaram favoráveis e um faltou à votação.

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Favoráveis

Chico Rodrigues (PSB) explicou ter votado favorável porque “a democracia se faz dos dois lados e os poderes são harmônicos e independentes entre si”. Ele defende que a decisão do Congresso Nacional para estabelecer equilíbrio com o Judiciário e evitar excessos nos tribunais superiores.

O senador Chico Rodrigues na sessão do Senado nessa quarta-feira (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

Dr. Hiran (Progressistas), por sua vez, votou a favor da PEC porque ela garante simetria aos Poderes e resgata a prerrogativa do Senado de legislar. “Precisamos enfrentar mais temas importantes como estabelecer o mandato para juízes da Suprema Corte e também a idade mínima”, destacou.

O senador Dr. Hiran, em discurso no Senado, nessa quarta-feira (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

Ausente

O senador Mecias de Jesus (Republicanos), líder do Republicanos na Casa, não participou da sessão porque estava de licença particular.

Resumo da PEC

De autoria do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), a PEC proíbe decisão monocrática que suspenda a eficácia de lei. Esse tipo de decisão é aquela proferida por apenas um magistrado. Senadores decidiram retirar da proposta trecho que estabelecia prazos para os pedidos de vista. Confira outros pontos do projeto:

  • Recesso do Judiciário: No caso de pedido formulado durante o recesso do Judiciário que implique a suspensão de eficácia de lei, será permitido conceder decisão monocrática em casos de grave urgência ou risco de dano irreparável, mas o tribunal deverá julgar esse caso em até 30 dias após a retomada dos trabalhos, sob pena de perda da eficácia da decisão.
  • Criação de despesas: Processos no STF que peçam a suspensão da tramitação de proposições legislativas ou que possam afetar políticas públicas ou criar despesas para qualquer Poder também ficarão submetidas a essas mesmas regras.
  • Decisões cautelares: A PEC estabelece que quando forem deferidas decisões cautelares — isto é, decisões tomadas por precaução — em ações que peçam declaração de inconstitucionalidade de lei,  o mérito da ação deve ser julgado em até seis meses. Depois desse prazo ele passará a ter prioridade na pauta sobre os demais processos.

O autor da PEC, que resgata um projeto arquivadoem setembro de 2019, apresentou como justificativa números de um estudo segundo o qual, entre 2012 e 2016, o STF teria tomado 883 decisões cautelares monocráticas, em média, 80 decisões por ministro. O mesmo estudo indica que o julgamento final dessas decisões levou em média, entre 2007 e 2016, dois anos. Esse grande número de decisões cautelares monocráticas, na visão dele, acaba antecipando decisões finais e gerando relações insegurança jurídica.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a medida não é uma retaliação ao STF, mas um aprimoramento ao processo legislativo. “É a busca de um equilíbrio entre os Poderes que passa pelo fato de que as decisões do Congresso Nacional, quando faz uma lei, que é sancionada pelo presidente da República, ela pode ter declaração de institucionalidade, mas que o seja pelos 11 ministros, e não por apenas”, destacou.

Contrário à PEC, o senador governista Humberto Costa (PT-PE) considera que o momento da proposta é inoportuno. “Essa é uma maneira de manter vivo um tensionamento entre os Poderes constitucionais, que já nos trouxe enormes prejuízos políticos e institucionais e insuflou até mesmo os que viram nessa seara uma oportunidade de fragilizar a democracia e derrubar o Estado de direito”, disse.

Perfil Lucas Luckezie
Lucas Luckezie

Jornalista

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

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