Cotidiano

Falta de controle na fronteira dificulta imunização contra o sarampo

Secretários municipais de saúde se encontraram na tarde de ontem, 4, para a realização da reunião ordinária da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que ocorreu na Escola Técnica do Sistema Único de Saúde de Roraima (ETSUS/RR), no bairro São Vicente, zona Leste da Capital. Foi discutida a situação do sarampo no Estado e os avanços da Campanha de Vacinação “Todos contra o Sarampo”, iniciada no dia 10 de março.

Em Pacaraima, município que faz fronteira com a Venezuela, situado a cerca de 200 quilômetros da Capital, a principal dificuldade é a falta de controle em relação à entrada de imigrantes no país. Para o coordenador da Atenção Básica, André Luiz de Souza, a atenção precária em relação às vacinas compromete o município de saber quem está passível a ser infectado.

Além do sarampo, Souza apontou que o fluxo desordenado contribui para o surgimento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), tuberculose, hanseníase e malária. Outra dificuldade no município é a carência de recursos humanos e financeiros. “Entra todo mundo, entra como quer. A nossa população passou de 12 mil para 26 mil. Não temos como dar a assistência devida. Os recursos financeiros também não ajudam”, disse.

Para minimizar a probabilidade de casos no município foi planejada uma vacinação de porta em porta no mês de novembro, antes do surto iniciar. Conforme o coordenador, já foram visitados todos os pontos de táxi, os postos da Polícia Federal (PF) e Polícia Civil (PC) e Unidades Básicas de Saúde (UBS). Como parte do plano, também foram realizadas campanhas em escolas e creches.

Atualmente, o município continua em busca da população em suas casas, a fim de ampliar a cobertura. Até a terça-feira passada, 3, mais de sete mil doses haviam sido solicitadas. Do total, pouco mais de seis mil foram aplicadas. Para evitar a falta da imunização, mais duas mil doses já foram solicitadas. Por dia, Pacaraima vacina uma média de 500 pessoas no posto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nas UBS e com as equipes volantes.

Na Capital, o secretário Cláudio Galvão pontuou que a principal dificuldade é a procura espontânea por parte da população, o que só acontece em casos de surto ou agravantes. Diante do caso, uma das medidas tomadas foi ampliar o horário de atendimentos de alguns postos de saúde até as 22h. Além disso, a Prefeitura de Boa Vista está com equipes nos abrigos e em escolas particulares, estaduais e municipais.

Conforme a programação, a campanha está prevista para encerrar no próximo dia 10. No entanto, Galvão destacou que a vacinação deve continuar em alguns pontos enquanto o controle fronteiriço que está sendo planejado pelo Exército não começa a funcionar. “Enquanto continuar entrando estrangeiro, eu preciso vacinar essas pessoas onde elas estiverem. Só posso dizer que a vacinação acabou quando tiver o controle do município”, frisou.

CASOS – Até ontem, 4, foram notificados 221 casos de sarampo em todo o Estado, sendo 175 em investigação, 42 confirmados e quatro descartados. (A.G.G)

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