O aumento dos casos suspeitos de sarampo no Estado do Amazonas fez com que as estratégias de acompanhamento da cobertura vacinal se intensificassem para o Município de Presidente Figueiredo, no Amazonas, e em Rorainópolis, na região Sul de Roraima. Casos da doença já são registrados em São Gabriel da Cachoeira, Anori, Humaitá, Iranduba e Itapiranga, além de Manaus.
A informação foi repassada à Folha pelo médico infectologista e diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Estado do Amazonas (FVS-AM), Bernardino Albuquerque, ao detalhar que já existem mais de 100 casos suspeitos no Estado. Neste momento, a preocupação é que outros municípios do Amazonas registrem novos casos suspeitos, uma vez que o vírus se encontra em circulação. A única maneira de se prevenir contra a doença é buscar um posto de vacinação e se vacinar.
“Antes mesmo do aumento de casos suspeitos, estivemos realizando um trabalho em conjunto em duas frentes de vacinações, uma localizada no Município de Presidente Figueiredo e outra em Roraima, no Município de Rorainópolis, que é o município mais próximo do Amazonas. De lá centenas de venezuelanos saem todos os dias de carona com destino à Manaus, tendo como primeiro ponto de parada o Município de Presidente Figueiredo”, disse.
Segundo Bernardino, atualmente o Amazonas, a exemplo de Roraima, está com dificuldade em realizar o controle migratório que se expandiu rapidamente e com isso, o Estado precisa intensificar um controle vacinal em conjunto com Roraima. Possivelmente a campanha de vacinação contra o sarampo, que teve início em Manaus no dia 5 de março, será prorrogada em todas as 183 unidades básicas de saúde.
“Neste momento em que está ocorrendo esta expansão de possíveis casos suspeitos aos municípios do Amazonas, é prudente que esta campanha de vacinação tanto no Amazonas como em Roraima seja prorrogada. Esta, por sinal, será nossa recomendação às unidades de saúde de Roraima, para que intensifiquem estas imunizações na população e nos venezuelanos que chegam a Roraima todos os dias. Em Presidente Figueiredo, como é um município de passagem, devemos manter a mesma estratégia e vamos intensificar nossas ações na cidade de Manaus e pelo menos tentar evitar que outros municípios sejam afetados pela doença, que já estava erradicada do país, e requer preocupação das autoridades de vigilância epidemiológica”, comentou. (R.G)
Prédios públicos sem uso no Amazonas estão sendo ocupados
O diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Estado do Amazonas (FVS-AM), Bernardino Albuquerque, informou que outra preocupação é com relação à ocupação de prédios públicos que não estão em uso no Amazonas e estão sendo ocupados por dezenas de famílias venezuelanas. Ele citou que isso também causa preocupação pela aglomeração de pessoas doentes e uma possível disseminação do vírus.
“A nossa recomendação é que todos os venezuelanos recebam a dose da vacina e assim ampliem a cobertura vacinal. A situação requer preocupação e nossa meta principal é conter a circulação do vírus, mobilizar todos os municípios para que fiquem em constante alerta e os casos suspeitos sejam imediatamente encaminhados para as unidades de saúde, onde os profissionais já foram devidamente treinados para atuarem neste primeiro acolhimento aos pacientes com suspeita da doença”, concluiu. (R.G)
Saiba quando a vacina deve ser aplicada
– Aos 12 meses de idade: deve ser aplicada uma dose da vacina Tríplice Viral (contra Sarampo, Caxumba e Rubéola);
– Aos 15 meses de idade: uma dose da vacina Tetra Viral (contra Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela) ou, na ausência dessa, uma dose da vacina Tríplice Viral mais uma dose da vacina contra Varicela, simultaneamente. Em crianças de 12 meses a menores de cinco anos que perderam a oportunidade de receber a vacina na idade ideal, pode ser utilizado este esquema, respeitando o intervalo de 30 dias entre as doses;
– De cinco a 29 anos: necessidade de comprovação de duas doses da vacina Tríplice Viral. Não vacinado ou sem comprovação vacinal, administrar duas doses da vacina Tríplice Viral, respeitando o intervalo de 30 dias entre as doses.
– Dos 30 aos 49 anos: se não vacinado ou sem comprovação vacinal, administrar uma dose da vacina Tríplice Viral.