Com o diagnóstico positivo pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de um caso de sarampo e a investigação de sete outros casos, Roraima vive um surto de sarampo. A informação foi confirmada pelas Secretarias Estadual e Municipal de Saúde em coletiva de imprensa na manhã de ontem, 20.
O primeiro caso confirmado trata-se de uma menina venezuelana de um ano, sem histórico vacinal. O primeiro diagnóstico positivo foi realizado no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-RR) e notificado na semana passada. Em seguida, as amostras seguiram para o laboratório de referência para confirmação. As demais amostras também foram encaminhadas para a Fiocruz para confirmação.
“A ocorrência de um caso já é considerado surto. Essa não é uma norma brasileira, é algo estabelecido pela Organização Pan-Americana e Mundial da Saúde. Assim que fomos notificados, nós nos prontificamos a colaborar na investigação dos casos suspeitos, fazendo a busca introspectiva e também ações de imunização”, disse o coordenador geral de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Fabiano Marques Rosa.
Durante a entrevista coletiva, foram anunciadas medidas para melhorar a cobertura vacinal no Estado. “Nosso objetivo é realmente aumentar essa cobertura vacinal do Estado, que se encontra extremamente baixa em alguns municípios. O Ministério da Saúde já sinalizou que vai estar nos apoiando, com a contratação de vacinadores para todas as cidades, para que a gente consiga intensificar essa vacinação e que possamos atingir cada pessoa que ainda não está imunizada”, frisou a coordenadora estadual de Vigilância em Saúde, Daniela Souza.
Ainda segundo Daniela, uma campanha de vacinação deverá ser realizada já no início do próximo mês. “Será uma campanha completamente diferente. Hoje o país tem um certificado de eliminação de sarampo, mas com um caso confirmado a gente passa a ter um surto de sarampo no Estado. Para que o Brasil não perca o certificado de livre da doença, faremos uma busca domiciliar para melhorar a cobertura vacinal e assim evitar outros casos da doença”, pontuou.
Notícias Relacionadas
Outro ponto destacado durante a coletiva diz respeito à capacitação dos profissionais de saúde em Boa Vista, além do fato de a cidade concentrar mais da metade da população local e também dos imigrantes venezuelanos.
“Desde o início, o município vem realizando a busca ativa e o bloqueio vacinal. Paralelo a isso, estamos capacitando os nossos profissionais de saúde, para que eles estejam em alerta ao se deparar com uma pessoa com os sintomas e agir de imediato para que essa doença não se espalhe”, ressaltou a superintendente Municipal de Vigilância em Saúde, Francinete Rodrigues.
CONTROLE SANITÁRIO – O controle sanitário na fronteira também foi discutido. Para o secretário estadual de Saúde, Marcelo Batista, a vinda da equipe do Ministério da Saúde foi oportuna, uma vez que possibilita uma abordagem real da preocupação da população em relação a entrada de doenças erradicadas no país.
“Eles [imigrantes] não têm a obrigação de mostrar nenhuma carteira de vacinação quando entram no nosso país e isso nos preocupa. A gente já pediu isso ao Ministério da Saúde e para a Presidência da República, para que normatize essa medida o mais rápido possível, para que todas as pessoas que entram no país tenham que estar vacinadas”, complementou.
