PRIMEIROS SOCORROS

Socorrista dos Bombeiros orienta como agir em casos de engasgo

Engasgos podem ocorrer de forma parcial ou total; se as manobras forem realizadas corretamente, podem salvar vidas

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CB Lukas Marweryk, socorrista do Corpo de Bombeiros. (Foto: Nilzete Franco)
CB Lukas Marweryk, socorrista do Corpo de Bombeiros. (Foto: Nilzete Franco)

Recentemente o caso da jovem que morreu em decorrência de um engasgo repercutiu na internet. Casos como esses são bastante comuns, principalmente entre crianças. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o Brasil é responsável pelo terceiro lugar na lista de acidentes com morte entre crianças por engasgos. 

Os engasgos podem ocorrer de forma parcial ou total e há diferenças entre o engasgo ocorrido por líquido e objetos sólidos.

O CB Lukas Marweryk, socorrista do Corpo de Bombeiros de Roraima (CBMRR), explica que o engasgo não é algo que se pode prever, já que é um estímulo natural do corpo humano. Porém, nem sempre é possível realizar a desobstrução do corpo estranho de forma natural, portanto é necessário saber como proceder nestes casos para socorrer a vítima de engasgo. 

“Se estiver só, pode-se utilizar objetos domésticos como o canto da pia e da cama, onde você coloca a parte alta próxima à cicatriz umbilical (umbigo) e realiza pressões. Mas se tiver acompanhado, a pessoa pode realizar a técnica de Heimlich ou compressões torácicas. A pessoa se posiciona atrás da vítima, coloca a mão com o punho fechado acima da cicatriz umbilical e espalmando com uma das mãos irá realizar um movimento para cima em formato de J, principalmente em casos de engasgos totais”, apontou.

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O socorrista orienta também que a pessoa que preste o primeiro atendimento deve sempre estar atento ao estado da vítima, uma vez que, se pode reagir aos estímulos e expelir parcialmente o objeto estranho e precisar de auxílio para ejetar o alimento totalmente, como o caso do uso da manobra chamada pinça. 

ENGASGOS PARCIAIS E TOTAIS

Os parciais ainda  há a entrada de oxigênio, mesmo que haja um corpo estranho obstruindo  um pouco a passagem e causando desconforto. É possível, nesses casos, resolver através do estímulo da tosse e tapas. Já em caso de engasgo totais, as vias aéreas se tornam totalmente obstruídas. 

Engasgos com líquidos e sólidos também determinam o tipo de engasgo. Com corpos líquidos, o engasgo é parcial. Já alimentos sólidos podem evoluir de parcial para um engasgo total. 

“Um copo de água, por exemplo, geralmente é um engasgo parcial. O estímulo do corpo de resposta ao engasgo é a busca de ar e acaba puxando a água, assim pode ocorrer um afogamento parcial. Agora objetos sólidos, que são um pouco mais rígidos, ele pode ter um engasgo parcial e total. O esôfago faz o movimento de massagem para empurrar o alimento para o estômago e ele trava na glote, a vítima não consegue expelir por meios naturais mesmo com estímulos, então é necessário fazer uma compressão para que seja expelido”, explicou.

DIFERENÇA ENTRE CRIANÇAS E ADULTOS

Os procedimentos realizados entre crianças e adultos são os mesmos. Porém, existem algumas especificidades devido a anatomia ser diferente entre as fases do desenvolvimento humano. 

“Para a criança, até os 8 ou 10 anos de idade, deve-se posicionar de joelhos para ficar o mais próximo da altura da criança e fazer a mesma compressão, mas deve lembrar que a caixa torácica da criança não é tão forte quanto de um adulto, então você pode fazer as manobras, as capotagens e assistência”, orientou o socorrista.

BUSQUE AJUDA

CB Lukas Marweryk orienta que em caso de engasgo, ligue para o 193 ( Corpo de Bombeiros) ou 192 (SAMU) para que os profissionais da área possam deslocar-se até a vítima e oferecer suporte sobre como proceder durante a espera. 

“A pessoa que ajuda oferece os primeiros socorros. Os atendentes darão o passo a passo mesmo que a pessoa não saiba o que fazer inicialmente. A orientação ocorre até a chegada do resgate, geralmente o tempo de resposta é cerca de 8 minutos à 10 minutos.  Mesmo que o quadro evolua para uma inconsciência, parada respiratória e posteriormente uma parada cardiorespiratória, o atendimento já estará no local e irão realizar outros procedimentos mais técnicos”, explicou.

O socorrista pede para a população em geral busque conhecimentos sobre atendimento pré-hospitalar. O Corpo de Bombeiros, por meio de suas redes sociais, disponibiliza orientações, materiais educacionais e manuais sobre como proceder nesta e outras situações de primeiros socorros.

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