Cotidiano

Manifestantes interditam avenida em protesto a embargo de obra

A Guarda Civil Municipal acompanhou o protesto, que ocorreu na avenida Dr. Silvio Botelho

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Cerca de 20 vendedores ambulantes fizeram protesto na avenida Dr. Silvio Botelho, no Centro da capital, no fim da tarde de ontem, 1º. Eles protestaram contra o embargo à construção do Centro Comercial Popular, o Camelódromo, na Praça Daicy Figueiredo Pereira.

Com cartazes e gritando palavras de ordem, os manifestantes interditaram a avenida Dr. Silvio Botelho e ocuparam a via no sentido à Área de Interesse Social Caetano Filho, o Beiral. O trânsito foi desviado para ruas próximas, com auxílio de guardas civis municipais. A manifestação foi pacífica.

Segundo o vendedor ambulante Alex Aguiar, que trabalha no seguimento há 15 anos, o protesto é uma forma de resolver a situação da obra do camelódromo, que está parada. Os ambulantes não concordam com a suspensão da obra e alegam que cerca de 120 vendedores precisam de um local para trabalhar e sustentar as famílias. “Não tem lógica parar uma obra que já está com recurso na conta e que vai beneficiar 120 pessoas por conta de 15 palmeiras, que não são nativas. São palmeiras plantadas em uma cidade onde praticamente não existe oferta de emprego”, afirmou o ambulante.

Conforme o ambulante José Marcelo, a paralisação da obra é uma injustiça com as famílias que precisam do local para trabalhar e sobreviver, pois o projeto vai assegurar renda para 120 pessoas e fortalecer a economia. Por isso, os ambulantes cobram com urgência a continuidade da obra. “Que justiça é essa que é injusta com quem quer trabalhar e sustentar suas famílias? Esse protesto defende a continuidade da obra. Queremos e vamos lutar até o fim por isso”, salientou.

EMBARGO – O 2º Titular da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público de Roraima (MPRR), Zedequias de Oliveira Júnior efetuou, por meio de uma ação civil pública, um pedido de tutela que foi concedido pela Justiça para a imediata suspensão da realização da construção de um camelódromo na Praça Daicy Figueiredo Pereira.

Conforme a ação, chegou ao conhecimento do Ministério Público Estadual, no dia 2 de julho de 2017, que o município de Boa Vista estaria realizando obras na praça visando desconstituir e efetivamente destruir o local, inclusive com retirada de espécies da flora existentes na área, para construção de um centro comercial popular.

Segundo o documento, em vista dos anunciados prejuízos ambientais, urbanísticos, culturais e paisagísticos, a 2ª Titularidade da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente determinou adoção de providências, dentre as quais a expedição de Ordem de Serviço para levantamento e colheita de dados sobre a praça e obra realizada; notificação do responsável pela obra e levantamentos por parte da Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente (SPMA).

O pedido destaca ainda que os registros fotográficos realizados pelo Ministério Público demonstram que a praça serve de parada e abrigo a muitos transeuntes, além de ser bastante arborizada, com diversas espécies da flora regional e nacional, sendo, portanto, logradouro público com importante função ambiental, urbanística, cultural, estética e paisagística.

No dia 4 de julho foi protocolado no órgão um abaixo-assinado com mais de cem assinaturas, em que a população reivindica, em caráter de urgência, o embargo da obra. Na ação, o promotor destaca que a própria prefeita, Teresa Surita (PMDB) e a Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente puderam, diante da urgência, se manifestar perante o Ministério Público, o que não ocorreu.

A Justiça estadual deferiu o pedido do Ministério Público, suspendendo a obra. Nesta semana, uma nova decisão permitiu que a Prefeitura de Boa Vista realizasse até 2% da obra para não perder o recurso federal.

PREFEITURA – A reportagem da Folha tentou contato com a Prefeitura de Boa Vista, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. (E.S)

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