Cotidiano

Programa não acompanhou crescimento populacional de Boa Vista, diz MS

Conforme o Ministério da Saúde, Boa Vista tem 76 equipes credenciadas, apesar de só ter 56 implantadas e em funcionamento

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Considerando dados dos últimos 10 anos do Ministério da Saúde (MS), a gerente do Núcleo Saúde da Família do Estado, Nadja Salgueiro, informou que, os serviços de saúde de Boa Vista, como o programa Saúde da Família, não têm acompanhado o crescimento populacional da Capital. Conforme o MS, Boa Vista tem 76 equipes credenciadas, apesar de só ter 56 implantadas e em funcionamento.

A gerente explicou que, pela cobertura de 57% da estratégia Saúde da Família, é provável que Boa Vista termine o ano sem atingir o percentual de 75% que o Estado preconizou para o ano de 2017 junto ao Ministério da Saúde. Para Nadja, 70% de cobertura já era uma ajuda relevante aos bairros que não contam com equipes de saúde. No entanto, o número é pouco para os mais de 300 mil habitantes que a cidade tem.

Diante do índice de cobertura, ela frisou que um dos principais pontos ruins é o fato de a população procurar atendimento nas unidades de média e alta complexidade, como o Hospital Geral de Roraima (HGR) e a Policlínica Cosme e Silva, por achar que é mais fácil conseguir atendimento ambulatorial. “Mas, sabemos que a finalidade dessas unidades não é essa. A atenção básica é pra ser atendida nas unidades básicas de saúde e não nos hospitais”, disse.

Nadja reforçou que Boa Vista e os demais municípios do Estado devem se reunir com o governo para montar fluxos de atendimento de referência e contra-referência, por ser um problema em grande demanda. “É aquele paciente que sai da atenção básica e vai pra média complexidade, ou vai pra outras redes, e muitas vezes não retorna para a atenção básica, a fim de dar continuidade no atendimento. Isso deveria acontecer”, frisou.

A gerente ressaltou que a atenção básica precisa se reorganizar, fortalecer, procurar estratégias para melhorar o atendimento e qualificar os profissionais. Sobre o assunto, ela destacou que desde 2005 a atenção básica do Estado qualifica os municípios por meio de capacitação de indicadores de saúde e o introdutório da saúde da família, que foi criado para ajudar os municípios e organizar o processo de trabalho, além de outras ferramentas.

Na próxima semana, o Estado vai começar a trabalhar a quinta turma. Para a capacitação, os municípios enviam os profissionais para passar cerca de uma semana em um intensivo, para então voltar a sua localidade levando tudo que foi aprendido. “A gente espera que os índices melhorem, estamos aguardando os dados consolidarem pra saber se atingimos ou não a meta. Mas provavelmente vamos fechar com a cobertura abaixo do preconizado para o ano”, falou. (A.G.G)

Superintendente diz que Boa Vista aderiu à nova estratégia

Após informar que o percentual em relação à cobertura de Saúde da Família em Boa Vista é de 62%, a superintendente da Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Anna Carolina dos Santos, declarou que o município está trabalhando uma nova estratégia: a de Território de Abrangência. Conforme explicou, é como se cada equipe ficasse responsável por um determinado bairro.

Anna Carolina relatou que, em 2013, quando iniciaram a cobertura na Capital, a secretaria contava com 15 equipes incompletas para realizar o trabalho. Atualmente, o número de equipes subiu para 56. Para uma equipe completa, é preciso ter um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e de oito a dez agentes comunitários de saúde. Em razão do baixo número de equipes encontradas no início da gestão, a superintendente pontuou que, consequentemente, a cobertura também era menor.

Com as equipes completas, o trabalho de cada uma é realizado no seu território de abrangência, uma vez que, os agentes são responsáveis em fazer visitas e acompanhamentos. Anna Carolina ressaltou que as equipes criam vínculos junto à comunidade, realizando rodas de conversa e palestras educativas, a fim de prevenir a ocorrência de determinadas patologias. “Mas, a estratégia de Território de Abrangência não exclui o direito do paciente de ser atendido em qualquer unidade básica de saúde”, disse.

Em relação ao percentual de 62%, a superintendente reforçou que antes de aumentar o índice, a pasta tem priorizado estruturar as equipes que estão trabalhando. Segundo Anna Carolina, além dos móveis velhos, o município não tinha balança e aparelhos de pressão em 2013. Diante da situação, o primeiro passo foi equipar as unidades de saúde. Quatro anos depois, ela apontou que todas as unidades têm mobília nova e material que nunca tiveram, como eletrocardiograma e oftalmoscópio.

Para aumentar a cobertura do programa, a superintendente frisou que estão sendo estudados a questão financeira e o impacto que é aumentar as equipes nas unidades. Além disso, ela comentou a inauguração da Unidade de Saúde Arminda Gomes, no bairro Jóquei Clube, zona Oeste da Capital, e a previsão de unidades para os bairros Aeroporto e São Bento. “Com tudo isso, a gente acaba aumentando a cobertura e o número das equipes”, frisou.

Anna Carolina enfatizou que, a população deve buscar o atendimento nas unidades básicas, tendo em vista o trabalho de prevenção realizado no local, e criar um vínculo com as equipes de saúde. Em algumas unidades, ela pontuou que o número de médicos ultrapassa a quantidade que faz parte da equipe. “Justamente por conta da demanda, que varia de bairro para bairro”, disse. (A.G.G)

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