Cotidiano

ONG arrecada recursos para construir Centro de Acolhimento a imigrantes

O abrigo será construído por meio de doações e trabalho voluntário e terá capacidade para acolher até 100 famílias

A Organização Não Governamental (ONG) Fraternidade sem Fronteiras lançou em Boa Vista a campanha “Brasil, um coração que acolhe”, que tem como objetivo arrecadar recursos para a construção de um abrigo que irá alocar as famílias de imigrantes venezuelanos. A princípio, serão atendidas as pessoas que ocupavam as dependências da Rodoviária Internacional de Boa Vista, localizada na Avenida das Guianas, no bairro Treze de Setembro.

Em um evento no auditório Alexandre Borges no Campus Paricarana, da Universidade Federal de Roraima, no sábado, dia 28, o presidente da ONG, Wagner Gomes, apresentou o trabalho da instituição para um grupo de empresários e pessoas interessadas em colaborar com a causa. Ele informou que o abrigo será construído em um espaço alugado na Rua HC4, do bairro Senador Hélio Campos.

O terreno tem a dimensão de 50×100. Quando concluída a construção, o espaço terá condições de abrigar até 100 famílias. “Fizemos um contrato de dez anos pela locação do espaço, deste total, um ano já foi pago por empresários locais que decidiram apoiar a causa”, explicou.

Ainda segundo Gomes, um empresário de São Paulo já doou 100 barracas. Cada uma tem a capacidade de abrigar uma família com até quatro pessoas. Além das barracas, o abrigo também vai contar com lavanderia e banheiros coletivos, redário, cozinha e um refeitório, que servirá três refeições diárias. Todo o trabalho será desenvolvido por voluntários e instituições parceiras que já se esforçam, com dificuldades, para amparar os venezuelanos.

“Não temos apoio algum do poder público. Claro que não recusaríamos nenhum tipo de ajuda, mas para que o trabalho possa ser rápido, nós buscamos o apoio da sociedade, como já está acontecendo hoje. Iremos apoiar os trabalhos de assistência iniciados pelo Padre Jesus, em Pacaraima, e o da Irmã Clara, que por meio de outra ONG chamada Fraternidade Internacional, oferece com muita dificuldade e de forma bastante improvisada, assistência a 600 famílias, abrigadas em ginásio. A integração dos trabalhos permitirá o atendimento às famílias indígenas e não indígenas”, afirmou.

Para desenvolver o trabalho de assistência às famílias venezuelanas abrigadas no Centro de Acolhimento, a Fraternidade sem Fronteiras irá recrutar padrinhos que irão auxiliar na retirada de carteira de trabalho, matrícula em escolas, atendimento médico e outras necessidades.

Quanto a estrutura do Centro de Acolhimento, Gomes informou que os trabalhos de construção estão em fase inicial, mas ainda não há um prazo para inauguração. “Já tem gente nossa voluntária de Cuiabá, que veio construir.

Também contratamos uma equipe de venezuelanos. Já ganhamos 50% do valor para implantar esse abrigo. Fizemos o lançamento dessa campanha para arrecadar o restante”, detalhou.

DOAÇÕES – Além de doações para a construção, a Fraternidade sem Fronteiras também trabalha em uma campanha para arrecadação de itens como roupas, cobertores, produtos de higiene pessoal, entre outros. “A maioria das pessoas que atravessam a fronteira vem apenas com a roupa do corpo. Então também trabalhamos para arrecadar esses itens para que eles possam ter uma estadia digna”, esclareceu.

FRATERNIDADE SEM FRONTEIRAS – A ONG já existe há oito anos e desenvolve trabalhos em diversos lugares do Brasil e do mundo. “Hoje apoiamos 12 mil crianças diariamente na África e no Nordeste do Brasil. Aqui estamos abrindo esse polo. Em nosso site (www.fraternidadesemfronteiras.org.br) a pessoa pode fazer a opção de ajudar famílias refugiadas da Venezuela em Boa Vista. A pessoa faz uma contribuição de R$ 50,00 mensais. Pessoas em todo o Brasil já começaram a doar”, pontuou.

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