O aumento de 40% na cobrança da energia elétrica, realizado em 2015, fez com que os consumidores da Eletrobras Distribuição Roraima pagassem, durante quase um ano, um valor retroativo especificado nas contas. Agora, com o término do retroativo no mês de outubro, alguns consumidores já começaram a receber as contas a serem pagas em novembro mais baratas. Outros, no entanto, ainda não sentiram a redução.
Na residência do almoxarife Sinval Cícero, o valor médio da conta de energia era de R$ 200,00. Com o retroativo, Cícero constatou um aumento de R$ 60,00. Diante do valor acima da média, a solução encontrada foi reduzir o consumo. Durante todo o ano, o almoxarife passou a monitorar, principalmente, o tempo de uso da central de ar quando estava em casa.
Contudo, ele destacou que esperava um valor diferente a ser pago em novembro, tendo em vista que durante todo o mês de outubro a central foi utilizada sem controle. Por não saber do término do retroativo, Cícero se surpreendeu ao ver que a fatura de energia ficou em R$ 159,00. “Foi uma sorte, porque foi justamente no mês que eu não cuidei do uso. Fiquei surpreso quando vi e muito agradecido por saber que acabou”, disse. Daqui para frente, o almoxarife ressaltou que vai continuar controlando o uso dos aparelhos, a fim de que o valor no final do mês possa ser cada vez menor.
Quem também sentiu a redução no valor da conta e procurou reduzir o consumo em casa foi o representante comercial José Carlos. Com os novos hábitos que adquiriu no decorrer do ano, ele relatou que conseguiu reduzir o consumo da energia em casa para atravessar o período de aumento.
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Antes do retroativo, Carlos disse que as contas variavam entre R$ 180,00 a R$ 210,00. Com o aumento na cobrança, o valor foi para R$ 360,00. Com o término da cobrança, ele constatou uma diminuição de aproximadamente 40%. Para passar pela crise, o representante cortou o uso do chuveiro elétrico e passou a criar tabelas de uso do ferro de passar e outros aparelhos necessários durante o dia. “Pretendo continuar com esses hábitos. Quanto menos vier, melhor”, pontuou.
Diferente dos dois, a agente de limpeza Geovana Cardoso foi uma das consumidoras que não sentiu a redução. Com o aumento da tarifa, ela apontou que as contas que antes chegavam em torno de R$ 160,00 quase dobraram. Este mês, a conta a ser paga veio em torno de R$ 240,00. Já ciente do término do retroativo, a agente espera que no próximo mês a redução já seja aparente. “Só tenho uma central e só ligo à noite, meu consumo não é exagerado”, relatou.
No mês de junho, a Folha chegou a divulgar que o pagamento do retroativo das contas de energia encerraria em outubro. Na época, a Eletrobras informou que, para uma minoria da população, a cobrança se estenderia por mais um ou dois meses se em algum faturamento a parcela não fosse cobrada. Esta semana, a empresa reforçou que o retroativo será cobrado apenas em caso de correção, ou seja, se não tiver sido cobrado em algum mês.
NOVO REAJUSTE – A equipe de reportagem da Folha também questionou a Eletrobras sobre o reajuste para o próximo ano. No entanto, a empresa informou que o reajuste ainda não foi anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). (A.G.G)
