Há vários meses sem receber, trabalhadores terceirizados atearam fogo, na manhã desta quarta-feira, 23, em madeiras na fachada da obra da sede do Rede Cidadania Juventude, onde funcionava o antigo Clube do Trabalhador, no bairro Jóquei Clube, zona Oeste de Boa Vista.
Eles cobram o pagamento da empresa responsável pela obra e ameaçaram retornar ao local e incendiar o prédio caso a situação não seja resolvida ainda hoje. Policiais militares tiveram que ser acionados para conter os ânimos dos servidores e evitar que uma tragédia ocorresse no local.
A obra de implantação do Rede Cidadania Juventude, projeto voltado para atendimento de jovens em situação de vulnerabilidade, havia sido iniciado no governo de José de Anchieta, em 2014, e ficou parada por quase três anos.
O investimento recebeu recursos de cerca de R$ 6 milhões e já contava com alguns setores concluídos, como a quadra esportiva e piscina. Após ser retomada, no final do ano passado, a expectativa é que a obra fosse concluída no primeiro semestre de 2017, o que não ocorreu.
OUTRO LADO- Em nota, a Setrabes (Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social) esclareceu que não tem responsabilidade sobre pagamentos de Empresas privadas e que os pagamentos realizados à referida empresa, responsável pela execução da obra, estão dentro dos prazos legais estipulados em contrato. Desta forma, a Secretaria Estadual de Infraestrutura já notificou a empresa.
OUTRO LADO – O proprietário da empresa Paracaima Construção Ltda, Pedro Pinto, que é responsável pela obra de reforma e ampliação do prédio que vai abrigar o Programa Rede Cidadania Juventude, do Governo, procurou a reportagem da Folha para esclarecer o motivo do atraso no pagamento dos servidores terceirizados.
Segundo ele, o não pagamento dos salários que é realizado de forma quinzenal ocorreu por conta de um atraso de dois meses no repasse feito pela Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf). “Atrasaram e consegui manter o pagamento em dia com verba própria até este mês, mas depois não tive como segurar”, disse.
Conforme o empresário, o contrato entre a Paracaima e o Governo do Estado gira em torno de R$ 2 milhões. “Parte desse dinheiro já foi repassado para a empresa e com isso quitamos os vencimentos dos trabalhadores, que também recebem cesta básica e café da manhã”, garantiu.