Familiares do enfermeiro Raimundo Vale, de 34 anos, que morreu na última sexta-feira (7) em Lethem, cidade da República Cooperativista da Guiana, após uma parada cardíaca, encontram dificuldades de trazer o corpo do parente para ser velado e enterrado em Manaus.
“Nós moramos em Manaus, mas meu irmão tem também uma residência em Boa Vista e sempre vai à Lethem para realizar compras. Quando chegamos à cidade ele reclamou de dores fortes no peito, a minha irmã levou ao hospital mais próximo e lá teve uma parada cardíaca. Naquele momento a médica nos informou que ele tinha entrado em óbito. Tentaram reanimá-lo, mas não conseguiram”, revela a irmã de Raimundo, a microempresária Raimunda Vale.
Além da dor de perder de alguém, eles estão enfrentando a dificuldade de retirar o corpo do país vizinho, pediram ajuda do Consulado da Guiana no Brasil, mas sem êxito. “O consulado de lá entrou em contato com minha irmã e nos informou que só tem um médico legista para todo o país e que fica atendendo em várias cidades e não teria previsão de chegar onde meu irmão está”. O médico legista é responsável por realizar exames como corpo de delito em vivos ou mortos e é o profissional que dá o laudo e a certidão de óbito.
Posição do Consulado
“Está muito difícil levar o corpo do meu irmão daqui, é um país muito pobre, até para questões de congelamento é problemático, eles querem prender meu irmão aqui (Guiana), porque morreu no hospital. Eles não deixam levar nem um legista de Boa Vista”, comenta.
A solução improvável dada pelo Consulado é que levem o corpo do amazonense onde o legista está que é em Georgetown, capital da Guiana, porém a família de Raimundo não tem recursos para locomovê-lo. “Nós estamos querendo que o Governo brasileiro e o consulado nos ajudem. Porque não podemos ter o corpo do meu irmão para ter um velório digno?”, enfatiza.
Fonte: A Crítica