Será realizada hoje, às 16h30, na Praça do Centro Cívico, a paralisação dos trabalhadores dos setores públicos e privados, em protesto contra o Projeto de Lei da Terceirização (PL 4.302/98). A manifestação acontecerá no país inteiro e é uma preparação para a greve nacional prevista para o dia 28 de abril, pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Roraima (Sindsep-RR), José Carlos Gibim, explicou que a concentração será em frente à Assembleia Legislativa (ALE-RR). Após a fala da Frente Sindical e Popular de Luta, que representa 32 sindicatos e movimentos sociais atuantes em Roraima, o grupo seguirá em passeata até a Praça Fábio Marques Paracat, na Avenida Ene Garcês, bairro São Francisco, zona Norte.
Lá, haverá uma programação que incluirá outras falas da Frente Sindical, e exibição de matérias jornalísticas abordando a Lei da Terceirização e a Reforma da Previdência. “Convocamos todas as categorias”, convidou.
Na iniciativa privada, um dos representantes será o presidente da União Geral dos Trabalhadores do Estado (UGT-RR) e procurador da Federação Nacional dos Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação, Limpeza Urbana, Ambiental e Áreas Verdes em Roraima (Fenascon-RR), Fabiano Xavier. Ele estará no ato de hoje e falou em nome das várias pessoas que há muito tempo já trabalham no regime da terceirização.
“São nove mil pessoas da Fenascon prestando serviços de limpeza principalmente para o poder público. Muitas delas sofrendo com o alto índice de inadimplência, estando hoje nas suas casas sem receberem seus salários, devido ao golpe que o Estado vem impondo aos trabalhadores”, criticou. “A categoria está muito prejudicada, tem havido muitas demissões”, preocupou-se.
PREVIDÊNCIA – O foco de hoje é a provável sanção pelo presidente da República Michel Temer (PMDB) do Projeto de Lei da Terceirização, já aprovada pela Câmara dos Deputados nesta semana. Mas a Reforma da Previdência (PEC 207), que também aguarda aprovação da presidência, ainda é a pauta principal da manifestação nacional.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal em Boa Vista (Sintram), Sueli Cardozo, comentou: “O Governo Federal se defende dizendo que há déficit na Previdência. Mas a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), já o desmentiu, revelando que em 2015 houve na verdade um superávit (uma sobra) de R$11 bilhões de reais.”
A manifestação de hoje é um desdobramento de outras atividades realizadas há mais tempo no Estado, como os passeios ciclísticos, as audiências públicas, o ato no Dia da Mulher (8 de março) em frente ao INSS e a paralisação do dia 15 de março na Praça do Centro Cívico. “É uma luta unificada que defende o interesse de todos os tipos de trabalhador: o que está na ativa, o adolescente que ainda vai ingressar no mercado, o aposentado. Estatutário, contratado ou temporário. Precisamos fazer o diálogo com toda a sociedade, e não só com a nossa categoria.”, detalhou. (NW)