Com o dinheiro das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) sendo liberado e entrando na economia local, o comércio se animou para lançar promoções a fim de chamar o consumidor para as compras. Apesar de uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostrar que a maior parte das pessoas vai usar o dinheiro para pagar dívidas, alguns empresários das avenidas Jaime Brasil, no Centro, e Ataíde Teive, zona Oeste, têm boas expectativas para as vendas.
A caixa de uma loja na zona Oeste, Valcemara Cunha, afirmou que, desde a sexta-feira, 10, quando começou a ser pago o FGTS de quem nasceu em janeiro e fevereiro, as vendas no estabelecimento registraram um aumento considerável. Ela ressaltou que, apesar da maioria realizar o pagamento em duplicata ou cartão, as compras têm ocorrido em espécie. “Hoje é segunda e já percebemos um movimento bom. E foi só o começo, então, até o meio do ano, a tendência é melhorar mais ainda”, disse referindo-se ao pagamento até julho das demais pessoas que nasceram em outros meses, conforme o calendário da Caixa Econômica Federal.
O gerente de loja, Edson Paiva já esperava um aumento de pelo menos 30% nas vendas. Desde a segunda-feira passada, ele já constatou um aquecimento, principalmente nas compras em dinheiro vivo. “A expectativa é que o índice venha a crescer com o passar da semana”, avaliou. No estabelecimento que ele gerencia, a procura maior está nos setores de vestuário e geladeiras.
No Centro, o gerente Leonardo Rodrigues informou que o acréscimo de vendas deve chegar de 10% a 15%, tendo em vista que a maioria das pessoas está de fato preocupada com dívidas e demais despesas. “Mesmo assim, a expectativa é boa. Nossa melhoria aqui foi percebida com o pagamento dos servidores públicos”, disse.
O gerente Rellyson Oliveira também espera que o saque do FGTS inativo traga aquecimento, mesmo que não tenha sido constatado movimento fora do normal em sua loja. Na contramão das expectativas, a caixa Melany Silva não acredita que as vendas devam melhorar com a renda extra já disponível. “Pela crise econômica mesmo, as pessoas tendem a pagar aquilo que estão devendo de compras já feitas. Eu mesma pagaria minhas contas se tivesse acesso a isso”, declarou. (A.G.G)