Número de alunos matriculados no Ensino Médio caiu 15% em 5 anos

Nos últimos cinco anos, o número de alunos matriculados na rede pública Estadual de Roraima caiu cerca de 15%. Conforme o Censo Escolar, 81.330 estudantes foram matriculados em 2012. Em 2016, o número caiu para 70.168. Para a chefe da Divisão do Ensino Médio, Nildete Melo, é natural que o índice diminua, considerando que a vida escolar não é iniciada no Ensino Médio e que o aluno que saiu do Ensino Fundamental já estava na rede de ensino. 

Nildete explicou que a diminuição é um fenômeno multifatorial e que não há um estudo sistemático ou acompanhamento pós-saída do Fundamental para saber se o aluno continua nos estudos. Para ela, devem ser consideradas as hipóteses de redução da população jovem, em comparação há décadas passadas, e a migração dos alunos da rede pública para o sistema privado de ensino. “Existe um mito que a escola privada pode oferecer outras oportunidades que não são disponíveis na pública”, disse.

Ela também ressaltou a faixa etária da obrigatoriedade e explicou que, dos quatro aos 17 anos, o Estado tem a obrigação de dispor vagas e, de alguma forma, trabalhar para que o aluno frequente a instituição. Após os 17 anos, não há mecanismos que, de certa forma, obrigue o aluno a concluir o Ensino Médio, mesmo se houver vaga. Outro fator atribuído à redução foi a entrada no mercado de trabalho.

“Vamos pensar que um aluno que concluiu o ensino fundamental já tenha 17 anos. É provável que ele tenha se inserido no mercado de trabalho e por isso não deu a continuidade, ou simplesmente optou por não concluir. Por isso faz falta esse acompanhamento junto aos estudantes”, frisou. Ela disse que não é possível afirmar que houve ou não aumento, uma vez que a carreira estudantil não começa no Ensino Médio.

Apesar de estar trabalhando com três calendários e das matrículas não terem encerrado, a chefe tem a expectativa de que o índice se mantenha em 2017, considerando que não houve migração do Fundamental para o Ensino Médio. Ela ainda acrescentou que há incentivos, como escolas de tempo integral e cursos profissionalizantes, que podem atrair o jovem que está pensando em sair ou até mesmo mudar para uma instituição privada. (A.G.G)