Familiares de presos protestam contra o cancelamento de visitas, superlotação, sujeira, falta de água, higiene e alimentação inadequada. O relato é de cerca de 15 mulheres, esposas e mães de presos da Penitenciária Agrícola do Monte Cristo que se reuniram na tarde de hoje em frente ao prédio do Ministério Público Federal.
De acordo com uma das familiares, Sandra Valéria, a manifestação não é em busca de regalias, mas sim de cuidados com a higiene e alimentação.
“As visitas ocorrem a cada duas semanas, e quando vamos não temos direito de levar nada, eles estão pagando pelos seus crimes, mas não são bichos, são seres humanos” relata.
Durante a entrevista, um familiar entrou em contato por telefone celular com um presidiário que informou maus tratos. “Tem abuso de autoridade com os detentos, aqui tem mil e duzentos homens encarcerados” relatou o presidiário.
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O diretor da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo informou as visitas estão ocorrendo a cada duas semanas por ala como uma medida de segurança, alimentos e produtos de higiene podem entrar apenas com uma autorização prévia.
“Após as rebeliões e crises, essa é a medida que tomamos para a segurança tanto dos presidiários quanto dos familiares, e não irá voltar atrás. Cada ala recebe duas visitas ao mês, o que causou revolta entre os presos que se recusam a limpar suas celas e jogam a marmita no chão, o que vem causando mal cheiro. Desta forma, o ambiente está insalubre para a visita” explicou.
O Ministério Público Federal em Roraima (MPF/RR) informou por meio de nota que recebeu os representantes de familiares.
“Os problemas relatados pelo grupo de mulheres serão apurados e irão compor procedimento instaurado pelo órgão ministerial. Articulado com o Ministério Público do Estado de Roraima, o MPF/RR busca a preservação dos direitos e garantias dos apenados, nos termos da lei”.
