Cotidiano

“Estou trancado em casa, com medo de ataques”, diz roraimense que vive no ES

Estudante conta clima de apreensão dos moradores por conta dos arrastões e assaltos praticados por bandidos

Desde o início dessa semana, o Espírito Santo têm sido castigado por uma onda de violência sem precedentes. A crise na segurança pública no estado capixaba tem afetado tanto os moradores quantos os migrantes, que escolheram o local em busca de crescimento pessoal e profissional.

“Por enquanto, a situação está calma. O Exército chegou ontem, 08, mas ainda assim há registros de saques ao comércio e arrastões as pessoas nas ruas. Eles [bandidos] estão entrando até nas casas e quem reage é tiro na certa”, relatou ou estudante de administração Marcelo Costa, de 26 anos.

À FolhaWeb, o jovem roraimense contou que foi para o Estado em buscas de crescimento profissional no ramo da beleza, estabelecendo-se na cidade de Guarapari, na região Metropolitana da Grande Vitória. O rapaz só não imaginava que seu sonho pudesse virar pesadelo em um curto espaço de tempo.

“Vim para cá por motivos pessoais. Na época, queria entrar para o ramo da beleza e nessa região, o mercado da beleza é muito forte, que te possibilita encontrar de muitos cursos. Já estou aqui há 05 anos. É um estado muito bom para se encontrar oportunidades, no entanto, tá sendo bem castigado por essa onda de violência”, disse.

Costa conta que os problemas de insegurança começaram no domingo, 05, com os primeiros registros de saques a estabelecimentos comerciais e arrastões nas ruas da cidade. Por conta da falta de estrutura, a polícia local decidiu entrar em greve, fazendo com que o Estado solicitado socorro do Governo Federal no envio de tropas do exército.

“Tudo começou praticamente no domingo e desde então as pessoas tem evitado sair de casa. Eu, por exemplo, estou trancado desde a segunda-feira, 06, saindo apenas em casos de extrema necessidade. Isso tem causado muitos prejuízos, principalmente para o comércio”, contou.

Questionado sobre a visão da população em relação às prováveis justificativas para a insegurança no Estado, o estudante é categórico ao afirmar que a greve da policia foi fator decisivo para o aumento das ações cometidas por criminosos, somado a crise financeira enfrentada pelo governo local.

 “Sem dúvida alguma a greve fez agravar a situação, pois estão fazendo-a de forma errada. O Governo também tem uma parcela de culpa, pois os salários dos profissionais estão atrasados. Poucos estão recebendo em dia”, frisou.

Com a chegada do Exército, a vida no Estado volta a normalidade aos poucos, no entanto, o jovem não descarta a possibilidade de retorna ao seu Estado de origem antes do tempo.

“A presença do Exército deu o pouco mais de tranqüilidade, tanto que já é possível ver pessoas andando em supermercados e pela orla da praia, mas ainda são poucas, já que a presença de efetivo ainda é pequena. Já era para eu ter voltado para Boa Vista, mas ainda estou aqui por conta de algumas especializações. Eu já venho trabalhando em um plano de negócios para ser aplicado para quando regressar, eu só espero que as coisas não voltem a pior, ou do contrário vou ter que voltar antes do tempo”, concluiu.

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