Cotidiano

Em dois anos, número de casos de câncer quase dobrou no Estado

Os tipos mais diagnosticados da doença em Roraima são os de pele, colo do útero e mama

Em dois anos, número de casos de câncer quase dobrou no Estado Em dois anos, número de casos de câncer quase dobrou no Estado Em dois anos, número de casos de câncer quase dobrou no Estado Em dois anos, número de casos de câncer quase dobrou no Estado

Neste sábado, 4, é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Data escolhida para enfatizar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença. Contudo, a cada ano que passa os diagnósticos aumentam. Em Roraima, 390 casos foram confirmados no ano de 2016. O número é quase 30% maior que os 303 casos de 2015, e 50% a mais que os 260 de 2014. Os tipos de câncer mais diagnosticados são os de pele, colo do útero e mama.

O tratamento público é realizado pela Unidade de Alta Complexidade em Oncologia em Roraima (Unacon), credenciada pelo Ministério da Saúde para atender os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Além do tratamento, a unidade realiza pesquisas na área de oncologia, o que contribui para o desenvolvimento de novas tecnologias aos pacientes. Com exceção da radioterapia, que são concedidos pelo Tratamento Fora de Domicílio (TFD), todo acompanhamento acontece no Estado.

No local, as pacientes diagnosticadas desenvolvem atividades artísticas e culturais realizadas por um grupo de apoio. Pelo fato de o câncer ser uma doença que, na maioria dos casos, afeta não só o paciente, as famílias também são acompanhadas por um Grupo de Apoio Psicossocial. Já foi feita uma tentativa de implantar um grupo de apoio aos homens, contudo, eles apresentam resistência à ideia. Em grande parte dos casos, os homens procuram o médico quando a situação está grave.

Neste ano, a Unacon vai passar a ocupar todo o bloco A do Hospital Geral de Roraima (HGR). Com a ampliação da unidade, os leitos vão aumentar de 17 para 38, e serão distribuídos em 15 enfermarias. Em 2016, 21,8 mil atendimentos foram realizados pela Unacon.

PRINCIPAIS TIPOS – De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), os tipos de câncer mais diagnosticados são o de pele, colo do útero e mama. Em 2016, 236 casos de câncer de pele foram confirmados, o que representou um aumento de 33% em relação ao ano de 2015, que registrou 178 casos. Com os de colo do útero, o aumento foi de 65%, passando de 23 em 2015, para 38 casos no ano passado. O câncer de colo de mama subiu apenas de 20 casos em 2015, para 25 em 2016.

REDUÇÃO DE ÓBITOS – Conforme dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), dos 390 pacientes diagnosticados no ano passado, 217 vieram à óbito, o que representa uma diminuição de quase 3% em comparação aos anos de 2014 e 2015, que registraram 279 mortes. (A.G.G)

“Achavam que eu não ia passar daquele dia”, diz paciente com câncer

A vida de Edileuza Diniz mudou no dia 10 de março de 2016. Após uma consulta médica, ela foi diagnosticada com câncer. Desde então, são oitos meses em tratamento, tanto físico, como psicológico. Para Edileuza, a vida foi ficando um pouco mais fácil quando ela botou na cabeça que realiza um tratamento de praxe e que a doença não existe. Mais do que antes, ela agradece a Deus, todos os dias, por cada dia.

“A palavra câncer pesa muito. É como uma bomba atômica dentro de casa quando a gente descobre. Tem que ter muito jogo de cintura para lidar com a palavra e a doença. É difícil, mas é possível vencer”, disse. Para Edileuza, a ajuda dos familiares e amigos é essencial para hoje estar viva e bem mentalmente. “Estou viva porque meu marido correu atrás. No estágio que eu tava, tinha pouco tempo de vida”, relatou.

Mãe de três filhos, a maior felicidade de Edileuza é estar convivendo com a família depois de tudo que passou. À Folha, ela explicou que, muitas vezes, ouviu frases negativas sobre a doença, mas que nunca baixou a cabeça ou deu lugar à depressão. “Todos que me visitavam diziam que eu não ia passar daquele dia. Eu nunca pensei assim. É claro que a gente se preocupa, mas jamais pensei que não seria curada ou que iria morrer. A gente precisa ter fé acima de tudo”, frisou.

Outro acontecimento que a fez ter mais fé na melhora foi o fato de não ter sentido nenhuma reação ao tratamento de quimioterapia. Confiante, ela disse que apenas perdeu os cabelos, “mas eles já nasceram mais bonitos ainda”. Paciente do Centro de Oncologia no Hospital Geral de Roraima (HGR), ela desejou que o ser humano e as autoridades olhassem ao local de forma mais humana.

“É pouco apoio para uma carência tão grande. Além disso, são tantas pessoas tirando suas vidas com drogas ou outras coisas, enquanto você tá lutando por uma preciosidade, para poder viver com sua família, no seu lar. A vida é maravilhosa”, finalizou. (A.G.G)

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