O bairro São Bento, na zona Oeste, à margem direita do trecho sul da BR-174, completou 12 anos de fundação no dia 13 deste mês. Tudo começou como uma invasão a um terreno da Diocese de Roraima. Os próprios moradores batizaram a ocupação de “Brigadeiro”, patente militar do então governador Ottomar Pinto, falecido em 2007, com o objetivo de chamar a atenção da autoridade.
O Governo do Estado desapropriou o terreno da Diocese, implantou o bairro e destinou milhões em recursos federais para a construção de casas aos primeiros moradores do local. Parte desses imóveis foi feita em cima do antigo lixão municipal. Muitos dos primeiros moradores venderam os lotes para outras pessoas, aumentando a povoação do bairro.
Hoje, a parte construída pelo governo tem pavimentação em grande número de ruas, escola municipal e colocação de água encanada e postes de iluminação, tendo sido prometido um posto de saúde municipal com prazo para 2017. Em outra área, onde havia um lixão, foi invadida, onde não há infraestrutura.
CORRIDA – Para comemorar o aniversário de criação do bairro, será realizada a 4ª Corrida Pedestre do São Bento, neste domingo, às 17h30.
Promovida pela Associação Comunitária dos Moradores do São Bento, os corredores percorrerão sete quilômetros dentro do bairro. A largada será na Rua Ecildon de Souza Pinto, nos fundos da Escola Municipal Ioládio Batista da Silva.
São 70 atletas inscritos, de 18 a 50 anos de idade. Todos eles moram em Boa Vista e pelo menos 10 deles são do próprio São Bento. Até o momento da prova, serão aceitos novos corredores. O valor é de R$30,00, sendo possível pagar R$20,00 se forem levados materiais recicláveis.
Neste ano, segundo os organizadores Isabel Souza e Armando Vasconcelos, não será possível pagar prêmios. Todo o dinheiro da inscrição é utilizado para bancar a própria corrida, que já arrecadou 500 quilos de produtos recicláveis. “Queremos incentivar o atletismo dentro do bairro, pois a cada ano 30 moradores daqui participam e descobrimos talentos, o que é gratificante”, declarou Vasconcelos.
(NW)
Moradores lembram das dificuldades e cobram mais estrutura para o bairro
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Quando Isabel Souza chegou pela primeira vez ao que hoje é o bairro São Bento, na zona Oeste, em 2005, se deparou com o que considera serem os mesmos problemas de qualquer área invadida: sem água encanada, iluminação pública nem infraestrutura nas ruas. Hoje, como presidente da Associação Comunitária dos Moradores do São Bento, enxerga uma evolução do bairro que completou 12 anos de sua fundação no dia 13.
Porém, ainda há o que melhorar. “Faltam escola estadual, pois já temos uma municipal, a conclusão do posto de saúde, a construção do restante do bairro. Se os governantes não pretendem mais construir casas, que pelo menos pavimentem, pois eles deixaram essa parte do São Bento para trás”, disse.
Parceiro de Isabel na associação, o motorista Armando Vasconcelos concorda com as melhorias, acrescentando que falta uma creche. Com uma casa na Rua Araguaína, ele também está no bairro desde o seu começo.
Lembra de ter tirado água de poços artesianos, de “gatos” para o consumo de energia elétrica e de atoleiros em ruas cheias de lama. “Hoje temos duas linhas de ônibus e lotação a toda hora. Hoje estamos num paraíso”, disse.
Amigo deles de longa data, o comerciante Edmilson Carneiro está no São Bento desde 2008. Abriu sua loja de variedades após a necessidade de ter um trabalho, mesmo alcançando certa idade. Antes morador nos bairros Raiar do Sol, Jardim Primavera (ambos na zona Oeste) e no Caçari (zona Leste), foi somente no seu atual endereço que ele se sentiu completo. “Eu me tornei conhecido aqui por causa da minha venda. Como estudei pouco, preferi viver aqui porque gosto de pessoas simples, iguais a mim. As pessoas que conheci aqui são muito especiais. Acho bom demais morar aqui”.
Se Edmilson Carneiro pudesse sugerir melhorias para o seu bairro, ele escolheria colocar mais calçadas, sinalizações, ciclovias, uma creche e um posto de saúde. Assim como pensa o morador Jaime da Silva, atualmente desempregado. “Poderiam colocar uma escola, um posto de saúde e mais asfalto”, afirmou o morador que se mudou para o São Bento há dois anos para ficar mais perto da família.
O vendedor José Salazar, conhecido como “Zé do Buriti”, foi a segunda pessoa a se instalar no bairro. Na época sem ter um terreno, ele ganhou um lote do governo. Apesar de gostar do endereço desde o começo, disse que hoje o bairro melhorou bastante. “Aqui é bom demais”, declarou.
SEVIÇOS – Com sede na Rua Ecildon de Souza Pinto, 247, a associação do bairro presidida por Isabel de Souza presta vários tipos de serviços à vizinhança. Algumas delas são auxílios com currículos e fotos 3×4 para entrevistas de emprego, ações de conscientização quanto a não jogar lixo nas ruas, reciclagem de materiais, ações médicas, escolha da miss do bairro e arraial junino. “Seguimos as ações do nosso Estatuto Social e comemoramos Dia das Mães, Dia das Mulheres, Dia das Crianças. Nos dedicamos muito dentro da Associação”, diz Isabel de Souza.
