Cotidiano

Venda de automóveis segue em queda

Devido ao preço mais baixo e à economia com o combustível, motos foram as mais procuradas em Boa Vista

Levantamento feito pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) apontou queda de 19,80% nas vendas de veículos no Brasil ao longo de 2016. Em dezembro, houve um aumento, de 16,69%, em relação ao mês de novembro. No relatório são somados todos os tipos de automóveis (motos, caminhões, carros, ônibus, implementos rodoviários e automóveis comerciais leves). A Fenabrave considerou este o pior resultado dos últimos 11 anos.

Foram 3.174.625 emplacamentos em todo o ano: 20,29% de queda em comparação a 2015. A Federação atribui o resultado à crise econômica, que gerou desemprego e queda da produção industrial. Quanto à subida no fim de ano, o recebimento do 13º salário e as promoções foram considerados como causas. A Fenabrave prevê crescimento de 3,11% em 2017 para a soma de todo o setor automotivo.

BOA VISTA – Nas concessionárias de Boa Vista, o movimento foi fraco. Em uma especializada em motos na avenida Major Williams, bairro São Francisco, zona Norte, o supervisor de vendas Redson Reis afirmou que em 2016 houve queda de 40% nas suas vendas. Até foram feitas promoções para o Natal, mas o resultado ficou abaixo do esperado.

“Neste ano, vendemos, por mês, de 30 a 50 motocicletas. Acho que foi devido à inflação nos preços”, disse. A maioria dos seus negócios foi de consórcios que já haviam sido iniciados antes de 2016, além de motos novas que foram financiadas.

Na avenida Venezuela, bairro São Vicente, zona Sul, o proprietário de uma concessionária de veículos de várias marcas amargou grandes prejuízos. Raul Lima vendia 600 motos e 80 carros por mês em 2015, mas no ano passado só vendeu 350 motos e 20 carros por mês.

A maior queda foi no mês de novembro, quando o Governo do Estado anunciou o parcelamento dos salários dos servidores do Estado. No dia em que a empresa esperava o pagamento da parcela de 7 mil consórcios de motos, 97% dos clientes não entregaram o dinheiro. “Três ou quatro dias depois, o governo pagou os salários, mas foi o tempo de acabar comigo”, criticou.

A concessionária não fez promoções e nem vendeu mais no mês de dezembro. O proprietário não vê vantagem em investir em propaganda, pois, segundo ele, os consumidores não querem gastar. Lima acredita que a situação econômica do País pouco teve a ver com a crise do comércio automobilístico de Roraima. Segundo ele, é o próprio governo estadual quem toma decisões que não consideram o potencial do empresariado local.

“O Fundo de Participação dos Estados não caiu na mesma proporção com que o movimento comercial caiu. Entra muito dinheiro em Roraima. É o governo quem não oferece perspectiva para os consumidores, que, por consequência, não se sentem motivados para comprar”, reclamou. (NW)

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