Cotidiano

Lojistas avaliam que crise refletiu nas vendas, mas houve setor que comemorou

Enquanto para alguns empresários as expectativas foram superadas, para outros as compras do fim do ano não alcançaram as de 2015

No início do mês passado, a Folha visitou o comércio de Boa Vista para saber se os lojistas estavam com boas expectativas para as vendas de fim de ano, ainda que o momento de crise não tenha sido favorável. Conforme o levantamento, a maioria dos profissionais da área não esperava nada além do cumprimento da meta mensal. Após esse período de festas, a equipe de reportagem voltou aos estabelecimentos do Centro a fim de ter a avaliação sobre as vendas.

Enquanto para alguns empresários as expectativas foram superadas, para outros as compras de fim de ano não atingiram as do mesmo período de 2015. Foi o caso do gerente Daniel Silva, que calculou uma redução de 10% nas vendas. Para ele, o fato de a mídia abordar o assunto de crise causa receio nas pessoas e, além disso, houve o problema com atraso de pagamento dos servidores públicos, que representam o maior público do comércio.

“A incerteza de saber se o dinheiro vai estar lá atrapalha muito. Quando elas correm o risco de ter juros no banco, já sabem que o valor descontado quando o salário cair vai fazer falta na hora de comprar o gás, fazer supermercado ou comprar gasolina”, disse ao ressaltar que as pessoas não estão mais fazendo compras de forma parcelada e, quando compram, é em até três vezes, no máximo, o que representa o dobro do que era parcelado nos anos anteriores.

Apesar do cenário, o gerente tem expectativa de melhoras para este ano. “Dizem que as contas vão ficar mais em dia. Tudo aqui depende muito do Estado. Então, se pagarem o salário de todo mundo em dia, como tem que ser, o comércio melhora”, frisou.

Para a gerente Simone Silvane, não houve lucro relevante em comparação com o ano passado. As vendas ocorreram da maneira que esperavam, o suficiente para atingir a meta da empresa. Nos principais dias de dezembro, 23, 24, 30 e 31, a maioria das compras foi feita com dinheiro em espécie. As roupas foram os objetos mais vendidos na loja. Agora, Simone disse que a maior movimentação ocorre em fevereiro em razão do Carnaval. Até lá, ela acredita que as promoções serão o foco para aguentar.

Em relação à volta às aulas, ela explicou que, por só vender mochilas, não têm um grande público. “A maioria dos pais prefere comprar todo o material em um lugar só. É mais prático para poder parcelar a compra.

Poucas pessoas procuram só a mochila”, disse. Para o ano que se inicia, Simone ressaltou que não pode perder as esperanças, principalmente os que são cobrados.

Em contrapartida, o gerente Maciel Lima registrou aumento de quase 10% em relação ao ano passado. Responsável por mais quatro lojas, após o balanço foi verificado que uma loja empatou e as outras três tiveram acréscimo. A que mais desenvolveu foi a de material de decoração e brinquedos. “Apesar da crise, o número é positivo. Esperamos que este ano seja mais lucrativo”, relatou.

Após as festas de fim de ano, Lima agora espera a volta às aulas, primeira data do ano quando há uma movimentação maior no comércio do setor de papelaria. “Aqui a gente investe alto em variedades para o público, porque sabemos que vai sair”, frisou. (A.G.G)

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