Com as fronteiras terrestres da Venezuela fechadas para o Brasil e para a Colômbia, mototáxis estão cobrando R$ 25 para fazer trajeto clandestino da área fronteiriça entre as cidades de Santa Elena de Uairén, no Estado Bolivar, e a cidade brasileira Pacaraima, em Roraima.
A rota, usada clandestinamente por venezuelanos que vêm ao Brasil em busca de alimentos e insumos, passou a ser rota de brasileiros sem perspectiva de retorno com a prorrogação do prazo de fechamento temporário das fronteiras da Venezuela para o dia 2 de janeiro.
Desde o último dia 13, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou o fechamento das fronteiras daquele país com o Brasil para combater supostos grupos que estariam retendo células de 100 bolívares.
Segundo Maduro, os grupos atuam para desestabilizar a economia do país e o fechamento das fronteiras ajudaria o combate da fuga de divisas.
O fechamento das fronteiras da Venezuela pegou de surpresa centenas de brasileiros que estavam naquele país nos últimos dias.
No meio do mato e terrenos alagadiços, dezenas de brasileiros se misturaram com venezuelanos para entrar no Brasil, até a última segunda-feira (19), arriscando serem detidos pela Guarda Nacional da Venezuela e pela Polícia Federal.
O trajeto dura cerca de 35 minutos de caminhada e o horário com maior fluxo de pessoas é por volta do meio-dia, quando as forças de segurança estão no almoço e a fiscalização diminui.
A caminhada ocorre na estrada de asfalto entre Santa Elena de Uairén e Pacaraima, onde existem postos de fiscalização da imigração. Taxistas também aproveitaram a dificuldade de pessoas ao chegarem ao Brasil pela Venezuela e estão cobrando R$ 50 por pessoa para leva-las de Pacaraima até Boa Vista.
Na tarde de terça-feira (20), a fronteira da Venezuela com o Brasil foi liberada para o trânsito de pedestres brasileiros sem a necessidade de cadastro prévio de documentos.
Um grupo de turistas brasileiros que estava na Venezuela depois de escalar o Monte Roraima– que fica localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Guiana e Venezuela — usou jipes para chegar a uma trilha na mata, de cerca de 3km, para voltar Brasil pela cidade de Pacaraima. Antes de usar a rota ilegal, os turistas procuraram o Vice-Consulado em Santa Elena de Uairén, o Consulado em Caracas e até mesmo o Itamaraty, no Brasil, e não obtiveram respostas sobre a liberação da fronteira.
Ministério negociou reabertura – O Ministério das Relações Exteriores ressaltou que a liberação de brasileiros que estavam na Venezuela ocorreu após negociações realizadas por meio da Embaixada do Brasil em Caracas, com a Chancelaria da Venezuela e do Vice-Consulado em Santa Elena de Uairén.
Porém, a passagem para veículos ocorre diariamente, das às 14h às 15h15, mediante autorização do comando do Exército Fuerte de Roraima e do Vice-Consulado em Santa Elena e Uairén.
Os dados do veículo e do motorista devem ser cadastrados até 13h do dia anterior à viagem seus nomes em lista a ser entregue às autoridades venezuelanas de fronteira.
A liberação de pedestres brasileiros na fronteira com a Venezuela também foi confirmada pela Secretaria de Relações Internacionais de Roraima.
A secretária Verônica Caro informou que conversou com o comandante do Exército Venezuelano em Santa Elena de Uairén, José Gregório Masantes, e ele afirmou que desde às 13h de ontem pedestres estão com livre acesso ao Brasil.
Com informações do UOL