Com o intuito de impedir a venda de alimentos que não estejam adequados ao consumo para a população e, com isso, diminuir a movimentação nos semáforos da cidade, a Vigilância Sanitária Municipal realizou ontem uma fiscalização educativa nas principais avenidas da Capital. Os ambulantes que não estão regularizados foram notificados a procurar a normalização e a conservar os alimentos da forma adequada.
O superintendente de Vigilância Sanitária, Emerson Capistrano, disse que tem observado alimentos sem acomodação ideal, principalmente no sentido de refrigeração. “Realizamos uma ação hoje, mas ela pode ser contínua se mais ambulantes forem encontrados pelas ruas de forma indevida”, disse. Ele ressaltou que todas as legislações que amparam esse tipo de ação são regulamentadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A primeira abordagem ocorreu na Avenida dos Imigrantes, no bairro Asa Branca, zona Oeste. Após a notificação, vendedor de peixes há mais de 10 anos, Francisco Macêdo, disse que não tinha conhecimento da regularização e dos alvarás de funcionamento e sanitário. Enquanto alguns peixes estavam suspensos por corda, outros estavam guardados em um isopor velho e sujo, com pouco gelo para conservar.
“Trabalho aqui há mais de 10 anos e nunca soube disso. Agora vou ver se vendo feijão, que é mais caro e dá menos trabalho de vender”, disse. Esse ponto de venda foi um dos inúmeros denunciados ao órgão pela população. Capistrano ressaltou que, de fato, houve uma grande quantidade de denúncias sobre o caso.
Na segunda fiscalização, a notificada foi a vendedora de coco Milena Vasconcelos, que trabalha há seis anos com esse tipo de comércio. A notificação ocorreu porque a água é vendida em uma embalagem de plástico e sem rotulagem. Milena explicou que a empresa a quem presta serviço tem a documentação necessária de funcionamento e o alvará sanitário, mas que o ponto fixo da empresa ainda não está definido.
“Sabemos o que pode e não pode. Fui pega de surpresa justo hoje porque a gráfica atrasou o pedido dos rótulos, mas é assim mesmo. Agora é correr atrás. Trabalhar na rua é mais difícil que trabalhar em um ponto específico, porque tem a poeira e toda a movimentação que pode danificar o produto”, relatou.
O superintendente Emerson Capistrano aconselhou que as pessoas procurem a Vigilância antes de abrir qualquer comércio, para que sejam abertos com segurança. Ele reforçou que toda a população está sujeita ao risco de consumir alimentos estragados, podendo sofrer infecções e outras doenças perigosas. A orientação é que as pessoas sejam criteriosas e cautelosas ao comprar alimentos, principalmente nos semáforos, onde ficam expostos ao sol e quase sempre sem condicionamento.
“Se sentir que o alimento não está sendo refrigerado como deveria, a pessoa pode notificar a Vigilância para que possamos agir”, destacou. A denúncia pode ser feita pela Central 156 ou no prédio da Vigilância Sanitária Municipal, na Rua Coronel Mota, 410, Centro. (A.G.G)