Há mais de um mês, os alunos e inspetores de sala da Escola Estadual Ana Libória, no bairro Mecejana, zona Oeste, revezam-se na limpeza de todas as dependências do prédio. As funcionárias da limpeza, contratadas por uma terceirizada, entraram em greve devido a não receberem há seis meses.
As inspetoras de sala assumiram o trabalho até que o próprio salário delas também atrasou há mais de um mês. Foi quando os alunos do turno da manhã começaram a fazer a limpeza dos banheiros, enquanto que as faxineiras terceirizadas retornaram, mas mantiveram o serviço apenas dos corredores e pátios.
A aluna do 2º ano 206 do turno da manhã, Brenda Braz, disse que todas as turmas matutinas fazem o trabalho, desde que pediram para a direção da escola. “Não aguentávamos mais e perguntamos se podíamos limpar”, comentou. As funcionárias terceirizadas receberam há pouco tempo apenas uma parte de seus saldos, optando por não voltarem integralmente ao trabalho. Por isso, os alunos seguem limpando salas e banheiros.
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Uma aluna do 1º ano do período vespertino, que se identificou apenas como Brenda, disse que à tarde as funcionárias ficam atrás da cantina, mas não as vê trabalhando. “À tarde eu só vejo uma senhora lavando e esfregando o chão. A direção está mandando até assistente de aluno limpar superficialmente, como varrer o chão. Os professores varrem. À tarde, a direção pede para a gente não sujar, ameaçando punir quem o fizer”, relatou.
Rafael Silva, que também faz o 1º ano à tarde, confirmou que é pedido para que as turmas matutinas mantenham tudo limpo para o uso vespertino. Porém, disse que os jovens do turno da tarde também devem manter o espaço arrumado. “Mas isso não acontece, não. Quando a gente chega de tarde, está tudo sujo. Já chegaram a nos culpar e falamos: ‘Isso é o pessoal da manhã que faz’. Aí eles nos mandam limpar e fazemos a nossa parte.”
SEED – A Secretaria Estadual de Educação e Desporto está negociando com a terceirizada para concluir os pagamentos das funcionárias o mais breve possível. (NW)
