Cotidiano

Ronda Maria da Penha registra 12 ocorrências por dia na Capital

Senador Hélio Campos, Silvio Botelho e Silvio Leite, na zona Oeste, são os bairros onde o índice de violência doméstica é maior

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Roraima é o Estado brasileiro com o maior índice de violência doméstica do País. Para se ter uma ideia, o programa Ronda Maria da Penha, lançado no dia 19 de agosto deste ano, pela Polícia Militar de Roraima (PMRR), atende a cerca de 12 ocorrências diariamente na Capital. Os bairros da zona Oeste são os que mais têm ocorrências desse tipo.

O programa conta com um veículo da PM e 14 policiais, entre homens e mulheres. “Estamos aguardando outro veículo, que deve chegar no máximo em dois meses e, dependendo da necessidade, também aumentaremos o quantitativo de material humano”, disse a coordenadora estadual de políticas públicas para as mulheres, Maria Eva Barros, que também coordena o programa.

Segundo ela, os bairros Senador Hélio Campos, Silvio Botelho, Silvio Leite e adjacentes, todos na zona Oeste, são as localidades onde o índice de violência doméstica é maior. “Inclusive, a equipe do Ronda Maria da Penha está instalada e atuando na região”, afirmou.

A coordenadora interina do Ronda Maria da Penha, a capitã da PM Cyntya Loureto, informou que em pouco mais de dois meses de programa o índice de ocorrências continua alto. “A média gira em torno de 12 atendimentos por dia. Esse número aumenta quando chegam os finais de semana”.

O fato de o programa possuir apenas uma viatura específica não atrapalha o atendimento à população. “Caso a viatura do Ronda já esteja atendendo a uma ocorrência, a Polícia Militar aciona equipes que estejam em serviço para realizar o atendimento onde for necessário”, destacou Cyntya.

INTERIOR – As atividades também serão realizadas no interior do Estado. “Nós vamos levar o programa para os demais municípios do Estado, dando prioridade para aqueles que têm o índice mais alto de violência contra a mulher, como Rorainópolis e Caracaraí, onde também há muitas denúncias sobre o tráfico e prostituição de mulheres”, ressaltou a capitã.

As pessoas que buscam atendimento ou querem denunciar casos de violência contra a mulher podem ligar para o 190 ou para o telefone específico do programa: 98402-6475. Os cidadãos podem ligar a qualquer momento, inclusive a cobrar, que a equipe atenderá a ocorrência.

Policiais militares recebem treinamento

Os 14 policiais militares que compõem a Ronda Maria da Penha participaram, na manhã de quinta-feira, 22, do I Encontro de Nivelamento, onde eles tiraram suas dúvidas e receberam informações necessárias para melhorar o atendimento às vítimas de violência doméstica. O objetivo do programa é qualificar os policiais, que estão trabalhando efetivamente no programa, para que possam atender de forma correta as mulheres que solicitam o serviço.

“Eles participam de palestras sobre a Lei Maria da Penha, sobre acolhimento, atendimento humanizado, além de qualificação especializada junto à Polícia Comunitária. Além de ser uma maneira de saber quais as dificuldades e dúvidas dos integrantes do Ronda”, comentou a coordenadora do programa, Maria Eva Barros.

Segundo ela, os militares devem saber como realizar o seu papel e, além disso, saber como funciona o trabalho desenvolvido em parceria com as instituições de amparo e segurança. “Assim, no momento em que for necessário, eles possam encaminhar as mulheres que precisam de ajuda, por exemplo, para a Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social [Setrabes]”, complementou Maria.

Ela disse que, ao chegar ao local da ocorrência, o militar precisa saber como analisar a condição da mulher, saber quantos filhos ela tem e, se houver oportunidade, até conversar com um deles. “Em situações de violência doméstica, a mulher precisa de um atendimento diferenciado. Precisamos obter o maior número de informações possíveis para quando o processo chegar ao juizado, os responsáveis tenham material suficiente para enquadrar o agressor dentro do que a lei determina”, explicou.

A pedagoga da Coordenadoria Estadual da Mulher do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), Aurilene Moura, disse que a implementação do Ronda Maria da Penha passa por essa necessidade de capacitação dos policiais militares. “A nossa participação é ajudar com informações em torno da legislação, assim como dar orientações sobre medidas protetivas e sobre o acompanhamento da violência doméstica familiar”, relatou.

Os policiais também aprendem a valorizar e humanizar o serviço e as pessoas que precisam dele. “É uma oportunidade para tirarmos dúvidas e receber orientações para aplicar na prática em uma ocorrência. Nosso objetivo é aprimorar o atendimento e também o pós-atendimento, fazendo certos encaminhamentos, caso a mulher tenha dúvidas ou precise de atendimento social”, frisou a coordenadora interina do Ronda Maria da Penha e capitã da PM, Cyntya Loureto. (B.B)

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