O primeiro laboratório espacial da China, Tiangong-1, deverá cair sobre a Terra no segundo semestre de 2017. Foi o que afirmou a agência oficial de notícias chinesa Xinhua. O módulo, também chamado de Palácio Celeste, foi enviado ao espaço em setembro de 2011 e agora “finalizou exaustivamente sua missão histórica”, disse o vice-presidente do escritório de engenharia espacial, Wu Ping.
O anúncio parece confirmar rumores iniciados por rastreadores de satélites amadores em julho. Eles alegaram que Tiangong-1 estava fora de controle após a imprensa reportar que a agência espacial chinesa estava com dificuldades de entrar em contato com o laboratório.
O especialista afirmou ainda que uma pequena mudança na atmosfera poderia ser capaz de alterar o local da queda do laboratório de um continente ao outro. Mesmo assim, Ping tentou tranquilizar a população sobre a queda do módulo.
“De acordo com nossos cálculos e análises, grande parte do laboratório espacial vai pegar fogo enquanto estiver caindo, sendo improvável que isso afete a aviação ou cause danos em solo”, afirmou.
Como aparentemente Tiangong-1 está “perdido”, a localização e o horário em que o módulo irá cair no planeta ainda são incertos. De acordo com astrofísico da Universidade de Harvard, Jonathan McDowell, se o módulo realmente estiver fora de controle, ninguém saberá quando, nem onde Tiangong-1 cairá até 06 ou 07 horas antes de despencar.
McDowell, no entanto, afirma que algumas partes mais densas do objeto, como os motores, podem não se desfazer totalmente durante a queda, causando certo estrago.
“Sim, existe a chance de que isso cause danos, como destruir o carro de alguém. Poderemos ver também uma chuva de pequenas peças de metal que pode atingir o telhado das pessoas; mas não serão danos generalizados”, afirmou ao jornal britânico The Guardian.
A estação tem 10,4 metros de comprimento e diâmetro de 3,35 metros, pesando aproximadamente 8,5 toneladas. Atualmente, Tiangong-1 orbita a Terra em uma altitude de 370 quilômetros. A China informou que continuará observando a atividade do módulo e afirmou que tem dado grande valorização ao gerenciamento dos detritos espaciais, realizando pesquisas e testes.
Com informações da versão Online da revista Veja.