Cotidiano

Grevistas fazem manifestação no Centro

Manifestantes saíram em carreata do HGR até a Praça do Centro Cívico para chamar a atenção sobre o movimento grevista

Grevistas fazem manifestação no Centro Grevistas fazem manifestação no Centro Grevistas fazem manifestação no Centro Grevistas fazem manifestação no Centro

Os profissionais de enfermagem realizaram, ontem pela manhã, uma carreata para apresentar à população os motivos que levaram a categoria a entrar em greve. A mobilização iniciou em frente ao Hospital Geral de Roraima (HGR), no bairro Aeroporto, e seguiu até a frente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), na Praça do Centro Cívico, onde demais enfermeiros e técnicos de enfermagem de cidades do interior do Estado aguardavam.

Durante o trajeto, os manifestantes entregavam panfletos e estendiam cartazes com dizeres voltados à necessidade de melhores condições de trabalho nas unidades de saúde. Lembraram que o Governo do Estado ainda não sinalizou para uma negociação durante os nove dias de greve e que a paralisação é para melhores condições de trabalho, com equipamentos e materiais hospitalares, estrutura física adequada nas unidades e medicamentos que favoreçam um atendimento adequado e humanizado à população.

Os profissionais foram até o plenário da ALE, onde, de braços cruzados, exigiram apoio dos deputados para uma solução quanto à problemática da saúde no Estado. Afirmam que a atual situação não oferece condições de atendimento, pois faltam seringas, luvas e até bomba de infusão, que é um aparelho utilizado para introduzir medicamentos ou nutrientes em pacientes.

Nas unidades de saúde estaduais do interior, os grevistas disseram que o problema se agrava diante da precariedade da estrutura física dos hospitais e das ambulâncias sem manutenção e combustível para fazer a remoção de pacientes para a Capital. “Hoje a categoria demonstra esta unidade, pois vieram profissionais de todos os municípios do Estado para esta mobilização, que tem o intuito de mostrar para a população o porquê de a enfermagem estar em greve, pois não é culpa nossa”, disse o presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Roraima (Sindprer), Melquizedek Menezes.

Ele lembrou que a enfermagem é uma área de sensibilidade na saúde, pois os profissionais mantêm contato constante com os pacientes. “Quando falta medicamento ou material hospitalar, quem avisa ao paciente é a enfermagem”, comentou. Menezes reclamou do desconto de 12% no pagamento do mês de agosto referente ao dia da paralisação de advertência realizada pela categoria no dia 22 de agosto. “Não podemos ser penalizados e nem desrespeitados. O corte nos salários é uma retaliação ao movimento realizado de forma pacífica e ordeira”, reclamou o sindicalista.

ASSEMBLEIA – Ao final da sessão ordinária de ontem, na Assembleia Legislativa, os representantes do movimento de greve foram recebidos pela Comissão de Saúde da Casa, que se comprometeu em intermediar junto ao Executivo as reivindicações em pauta.

A presidente da comissão, deputada Lenir Rodrigues (PPS), disse que a pauta de reivindicações dos profissionais de enfermagem será estudada e que uma relação de deputados da comissão e outros convidados foram nomeados para fazer a interlocução com o Governo do Estado.

GREVE – A greve geral iniciou no dia 5 deste mês. Além de melhores condições de trabalho para assistência digna à população, a categoria reivindica revisão geral anual, auxílio alimentação, chamada de novos concursados, pagamento de retroativo das progressões, Gratificação de Assistência Especifica (GAE), entre outras. No dia 22 de agosto, os profissionais realizaram uma paralisação de advertência em todas as unidades estaduais de saúde.

Menezes informou que a enfermagem possui, no Estado, 2.145 profissionais, entre enfermeiros, técnicos e auxiliares, o que representa 60% dos profissionais de saúde. Segundo ele, o atendimento à população está sendo mantido com 30% dos servidores, de acordo com as exigências legais. Os outros 70%, permanecem mobilizados em frente às unidades onde estão de plantão.

GOVERNO – Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que mantém diálogo aberto com os sindicatos desde março, antes mesmo do indicativo de paralisação, com 12 reuniões de negociações realizadas com a classe e que algumas reivindicações estão sendo atendidas, como gratificações, progressões e convocação de servidores concursados.

Quanto à revisão geral e o auxílio alimentação, informou que não há recursos, mas se comprometeu a analisar a possibilidade de incluir o item no orçamento para conceder o benefício nos próximos anos.

“A secretaria possui um fórum permanente de negociação com os trabalhadores da Saúde por meio da Mesa de Negociação Permanente do Sistema Único de Saúde, que reúne mensalmente gestores, prestadores de serviços e sindicatos da área da saúde. A Sesau nunca avançou tanto em relação às condições de trabalho dos servidores da Saúde como nos dias atuais, considerando os investimentos na reestruturação física das unidades e em recursos humanos”, diz a nota.

Frisou ainda que a proposta é convocar imediatamente mais 112 servidores, sendo 82 técnicos de enfermagem e 30 enfermeiros. “Novas convocações são feitas rotineiramente, de acordo com a necessidade, dentro do limite orçamentário do Estado”, informou ao ressaltar que as principais unidades assistenciais da Capital e do interior receberam reparos importantes, com equipamentos e investimentos que, em muitos casos, não eram feitos há décadas, proporcionando um melhor ambiente de trabalho para os servidores.  

Com relação aos medicamentos e materiais nas unidades de saúde, a Sesau frisou que recebeu do sindicato uma relação com 52 itens que estariam em falta nas unidades de saúde e detectou que 36 itens estão em estoque. “Os 16 itens indisponíveis no momento estão em fase de aquisição”, destacou.  (A.D)

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.