Cotidiano

Acadêmicos questionam qualidade da obra

Tempestade arrancou telhado do bloco Hydros, na UFRR, deixando os acadêmicos preocupados com recurso investido na reforma do bloco

Alunos do curso de Geologia da Universidade Federal de Roraima (UFRR) realizaram um protesto na tarde de ontem, 30, no bloco Hydros, que foi destelhado durante uma tempestade, na semana passada. Há cerca de cinco meses o bloco passou por uma reforma que custou R$ 230 mil, o que levou os acadêmicos a questionar a qualidade da obra diante do valor investido.

Não satisfeitos com a situação, os acadêmicos decidiram se posicionar. Segundo o acadêmico Matheus Ferreira, devido à queda do telhado, foi feita uma discussão de professores e alunos junto à Reitoria, quando foi decidido realocar os estudantes. Contudo, não há previsão de data para essa mudança e tampouco quando vão reconstruir o prédio. O telhado foi pichado pelos estudantes.

“Como alunos, nosso dever é não deixar que esses acontecimentos passem em branco, então fizemos o manifesto. Pichamos o telhado para que a comunidade veja o que estão fazendo, para que isso não passe em branco e para que a Reitoria tome uma providência cabível”, disse. Segundo Ferreira, a perda foi significativa em materiais, documentos, livros e produções científicas.

Durante a reunião, a Reitoria informou que os alunos não seriam prejudicados em razão do final do período de aulas. Mas os acadêmicos frisaram que isso não é verdade, já que todos os alunos utilizam o período de férias para darem continuidade aos projetos, porque durante as aulas o tempo é curto. “Durante as férias, ninguém poderá desenvolver nada, muitos equipamentos foram estragados e quebrados, não há local para ficar, estamos andando pela biblioteca”, relatou.

Matheus Ferreira informou que algumas disciplinas do curso já haviam sido finalizadas antes do incidente e as que não acabaram foram suspensas durante a semana. O calendário da Geologia, especificamente, está previsto para voltar na semana que vem. Alguns professores optaram por finalizar logo o planejamento, a fim de tentar diminuir um pouco o prejuízo.

Para a professora de Geofísica, Lena Barata, é viável o manifesto porque a situação em que se encontra o prédio só está piorando. “Os alunos estão sem atividade há um tempo, mas a estrutura vem apresentando problema há meses, o episódio só fez piorar. Todo mundo se prejudica, principalmente eles, então eles precisam se manifestar. Os órgãos competentes têm que tomar uma atitude cabível para sair do impasse que se encontra”, ressaltou.

A professora informou que, se não fossem pelos acadêmicos, no dia do ocorrido muitos equipamentos teriam sido mais danificados. Pessoas perderam livros, trabalhos molharam e foram destruídos, sem contar com as provas que ainda teriam e que, com isso, não tiveram como acontecer. “A minha aula está suspensa. Temos aula no laboratório e não tem como, porque é necessária a prática para apresentar a teoria”, frisou.

Segundo Lane, a reforma recente vem se arrastando há um tempo e os outros problemas estão em relação à infraestrutura do bloco, que tem reformas mal feitas. A professora disse que algumas salas já apresentavam goteiras, mas como o inverno já chegava ao fim, os discentes decidiram dar aula. “Só espero que as autoridades vejam a situação que estamos e tomem medidas cabíveis”.

UFRR – À Folha, o pró-reitor de Infraestrutura da UFRR, Adir Severo, informou que durante a reunião ocorrida no gabinete do reitor, na segunda-feira, 29, foram expostas as medidas que serão tomadas no sentido de solucionar os danos que os alunos estão sofrendo por conta do fim do semestre.

“A atitude é realocá-los em outros prédios da instituição para não estarem sendo prejudicados em relação às aulas. Durante a semana, os professores ficaram de repassar demandas para que fossem analisados os melhores locais, já que precisam de laboratório”, disse, ao acrescentar que amanhã estará reunido novamente com os professores do Instituto de Geociências para estarem definindo o local da mudança.

Em relação à reforma, relatou que a UFRR tomou a providência, inicialmente, com recurso emergencial junto ao Ministério da Educação (MEC) para poder estar reconstruindo o prédio, já que além da cobertura foram comprometidos instalações elétrica e o forro. A empresa, que ainda estava com responsabilidade sobre a obra, foi acionada e está retirando a cobertura que ficou destruída. “A ideia é encerrar o contrato com a empresa e entrar com um processo emergencial da reconstrução do prédio”, frisou. (A.G.G)

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