Cotidiano

Crise venezuelana aquece comércio de dólar

Setor cambial boa-vistense é favorecido com a vinda de venezuelanos que vêm fazer compras no Brasil com dólares americanos

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Nos dois últimos meses, quase que dobrou a compra de dólar americano nas casas de câmbio de Boa Vista. A crescente troca de moedas é impulsionada pela crise econômica e financeira na Venezuela, país que faz fronteira com o Brasil ao Norte de Roraima.

Os venezuelanos preferem cambiar o bolívar pelo dólar a fim de evitar andar com uma grande quantidade de cédulas, devido à desvalorização da moeda daquele país, e optam pelo câmbio porque a maioria dos supermercados na Capital roraimense não aceita a moeda norte-americana.

O gerente de uma casa de câmbio no Centro, Adson Chaves, confirmou ontem, à Folha, a alta na compra do dólar. Ele afirmou que os venezuelanos são os que mais fazem o câmbio. Ontem pela manhã, o gerente informou que estava comprando US$ 1 por R$ 2,95 e vendendo por R$ 3,20. Mas o preço da moeda americana varia a todo instante, segundo o gerente, de acordo com vários fatores que influenciam a economia mundial.

Após o meio-dia de ontem, por exemplo, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) informava que um dólar comercial custava R$ 3,2238, mas à tarde chegou a R$ 3,2208.

A demanda pelas casas de câmbio em Boa Vista também é motivada porque, segundo o gerente, há muita nota falsa de dólar circulando em Boa Vista e este também seria um motivo a mais para que os donos de supermercados não fizessem transações com a moeda norte-americana. “Ninguém quer se arriscar”, observou Chaves.

Mas comprar dólar não significa bons negócios, segundo o gerente, porque o mercado cambial mundial é incerto. “Veja só. A gente está comprando bem, mas não consegue vender hoje porque o preço do dólar varia muito. É uma operação de risco, não deixa de ser”, destacou.

OPERAÇÃO – Adson Chaves informou que cada pessoa pode trocar até R$ 19 mil por mês. O câmbio é a operação de troca de moeda de um país pela moeda de outro país. Por exemplo, quando um turista brasileiro vai viajar para o exterior e precisa de moeda estrangeira, o agente autorizado pelo Banco Central a operar no mercado recebe do turista brasileiro a moeda nacional e lhe entrega (vende) a moeda estrangeira. Já quando um turista estrangeiro quer converter moeda estrangeira em reais, o agente autorizado a operar no mercado de câmbio compra a moeda estrangeira do turista estrangeiro, entregando-lhe os reais correspondentes.

No Brasil, o mercado de câmbio é o ambiente onde se realizam as operações entre os agentes autorizados pelo Banco Central, e entre estes e seus clientes, diretamente ou por meio de seus correspondentes. O mercado de câmbio é regulamentado e fiscalizado pelo Banco Central. Mas à margem da lei, funciona um segmento denominado mercado paralelo, que é a posse de moeda estrangeira oriunda de atividades ilícitas.(AJ)

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