A cobrança de taxa de estacionamento dos empregados das lojas e empresas que mantêm atividades nas dependências dos dois shoppings de Boa Vista tem causado polêmica. O Sindicato dos Garçons e demais Trabalhadores no Ramo de Hotéis, Bares e Similares (Sintag) está realizando um abaixo-assinado para protocolar ação civil pública junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT-RR) para a suspensão da cobrança considerada indevida.
O presidente do Sintag, Eledilson Gomes Baia, disse que o pagamento de estacionamento afeta diretamente os salários dos trabalhadores que ganham, em sua maioria, um salário mínimo. Ele disse que o Sindicato procurou as diretorias dos shoppings para tentar reverter a situação, mas não obteve êxito. “Não tem condições de um trabalhador receber o salário mínimo, colocar gasolina por conta própria e ainda ter que pagar estacionamento”, reclamou.
Segundo ele, alguns donos de lojas estão assumindo o pagamento no lugar dos funcionários. “Além de pagarem franquia pelo funcionamento dos estabelecimentos, estão arcando com o estacionamento dos empregados.
Isso desmotiva novas contratações, atrapalha os lucros e investimentos. Alguns lojistas com quem estamos mantendo diálogo em prol dessa luta estão pensando em entregar a loja diante dos prejuízos, o que pode gerar mais desempregos”, afirmou Baia.
Por considerar a cobrança arbitrária e indevida, o Sintag está colhendo assinaturas em um abaixo-assinado para representar os trabalhadores de todos os segmentos de comércios dos shoppings que querem a suspensão da obrigatoriedade de pagamento de taxa de estacionamento. “Não é apenas para os funcionários de restaurantes e bares, e sim para todos”, informou o presidente do Sintag.
A assinatura pode ser realizada na sede do Sindicato, localizado no Terminal do Caimbé, sala 46, de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 18h, e servirá para que a ação seja formalizada. Informações podem ser adquiridas pelo telefone (95) 3626-8425.
SHOPPINGS – O Superintendente do Roraima Garden Shopping, Juvenil Costa, explicou que o estacionamento é privado e administrado por empresa que possui custos operacionais que envolvem manutenção, iluminação, pagamento de funcionários, entre outros, além do seguro que o estacionamento disponibiliza para cobrir alguma eventualidade que possa ocorrer com veículo estacionado.
Ele informou que é cobrado um valor simbólico para os servidores do shopping, lojistas e seus funcionários por meio de um cartão com mensalidade de R$ 30,00 para carro e R$ 20,00, para moto. Costa disse que o valor é subsidiado também para a população em geral, e que os custos para manter o estacionamento não são repassados integralmente aos usuários.
“O shopping cobra um valor baixo para que a população utilize o estacionamento, sendo que a partir das 14h de segunda a sexta-feira, R$ 3,00 por carro e R$ 2,00, por moto. No sábado e no domingo é cobrado o mesmo valor, mas em horário integral. Manter o estacionamento gera custo, que não está sendo cobrado na sua integralidade”, disse o superintendente.
Para os funcionários que atuam no cinema do shopping até os últimos horários de filmes, quando não há mais ônibus do transporte urbano circulando, Costa disse que é fornecida uma van para levá-los até em casa. Já o superintendente do Pátio Roraima Shopping, Fabiano Guerra, informou que não houve comunicado oficial ao shopping sobre o assunto. “A direção do shopping não foi procurada e o departamento jurídico desconhece a situação”, disse ao reforçar que há uma prática de política diferenciada para cobrança de estacionamento destinado aos colaboradores e lojistas, “com descontos e preços especiais. Em algumas situações, disponibiliza cartão ilimitado para lojistas”, informou. (A.D)