Cotidiano

Indígenas bloqueiam estrada para o município e moradores reclamam

O bloqueio faz parte da programaçao da marcha dos povos índigenas do Brasil

Moradores do município do Uiramutã denunciaram à Folha, que estariam sendo tratados de forma inadequadas pelos índigenas da região.

Segundo o denunciante, os índigenas estão revistando todo mundo e impedindo a passagem dos moradores.

“Mandaram fechar o comercio no Uiramutã. Estão fazendo bloqueio, revistando todo mundo e tratando de forma inadequada todos os moradores não índios de Uiramutã. As autoridade sabem do bloqueio e nao fazem nada” relatou um morador.

As lideranças indígenas da região da serras bloquearam a estrada que dá acesso ao município de Uiramutã na comunidade índigena de Caxirimã.

A estrada ficará fechada hoje (09) de 06h00 até as 16 horas, o acesso livre será apenas de viaturas de saúde.

O bloqueio faz parte da programaçao da III marcha marcha dos povos índigenas do Brasil, que esse ano aborda o tema “Não a bebida alcóolica,sim a comunidade”

Outro lado

De acordo com Djacir da Silva, membro do Conselho Indígena de Roraima, durante o dia haverá uma programação tanto em Uiramutã como em Boa Vista.

“Até o momento não recebemos a denúncia, mas posso afirmar que o motivo desse bloqueio não é tratar ninguém mal, e sim levar a sociedade alguns dos interesses indígenas. A marcha é uma forma de alertar a PEC 215. Outro ponto que estamos trabalhando é o combate ao alcoolismo na região” relatou.

Segundo ele, a Pec 215 é uma ameaça aos direitos indígenas, quilombolas e meio ambiente.

“A PEC 215 é uma grave ameaça aos povos indígenas e pode significar o fim das demarcações das terras indígenas no Brasil” contou.

PEC 215

No ano 2000, o deputado federal Almir Moraes de Sá, do Partido da República (PR-RR), apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que recebeu o número 215. Ela passou a ser chamada de PEC 215.

Através dessa PEC, o deputado propõe que as demarcações de terras indígenas, a titulação dos territórios quilombolas e a criação de unidades de conservação ambiental passem a ser uma responsabilidade do Congresso Nacional, ou seja, uma atribuição dos deputados federais e senadores, e não mais do poder Executivo, como é hoje.