Cotidiano

Auditores Fiscais farão greve duas vezes por semana

A medida é em resposta a demora do Governo em enviar ao Congresso o projeto que trata de reajuste salarial

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Os auditores fiscais da Receita Federal aprovaram em assembleia a realização de uma paralisação em protesto à demora do Governo Federal para encaminhar ao Congresso o projeto de lei que trata do reajuste salarial da categoria. Com isso, ficou definido que os trabalhadores cruzarão os braços duas vezes na semana, começando nesta quinta-feira, 14. Nas aduanas, será adotada operação padrão.

Conforme a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), o Governo vem tratando a situação dos profissionais com descaso, uma vez que concedeu reajuste salarial para outras categorias, o que obrigou os trabalhadores a tomar tal medida.

“Desde a semana passada, um clima de rebelião tomou conta dos servidores da Receita Federal e se estendeu até a cúpula do órgão, em meio à insatisfação com a postura do Governo, que já deu andamento a projetos de reajustes de outras categorias, mas ainda não encaminhou o texto que trata do acordo com os auditores”, disse a entidade.

Em uma ação sem precedentes, a cúpula do Fisco em Brasília e as dez superintendências espalhadas pelo País alertaram em carta o secretário do órgão, Jorge Rachid, para os riscos graves à arrecadação. No Rio Grande do Sul, por exemplo, 46 delegados, inspetores e chefes de divisão entregaram os cargos em protesto à postura do Governo.

Ainda segundo a entidade, a paralisação tem potencial para reduzir drasticamente os esforços em prol da arrecadação justamente em um momento de crise fiscal. Além disso, pode impactar o comércio exterior. Esta não é a primeira vez que a Receita Federal usa seu poder sobre os cofres do Governo para barganhar sobre os acordos.

“Os auditores estão revoltados com o ‘descaso’ do Governo, que fechou acordo com a categoria em março, mas até agora não encaminhou ao Congresso o projeto de lei necessário para colocar o acordo em vigor. Enquanto isso, outras categorias já foram contempladas e estão com suas demandas sob avaliação do Legislativo”, pontuou a Anfip.

Em reunião realizada na última quarta-feira, 06, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse não haver prazo para o envio da matéria, alegando ‘dificuldade política’ para encaminhar a questão. A versão é questionada pelos auditores, que apontam que outras categorias estão sendo contempladas com reajustes e bonificações.

Pelo acordo, o Governo iria conceder um reajuste de 21,3% na remuneração básica dos auditores ao longo de quatro anos, além de uma bonificação fixa de R$ 3 mil até o fim do ano. A partir de janeiro de 2017, o benefício salarial passaria a ser vinculado ao desempenho e às metas da produtividade global da Receita.

Com remuneração variável, o bônus iria beneficiar até mesmo servidores aposentados, que começariam recebendo 100% da gratificação e, em ritmo decrescente, passariam a receber 35% do valor após dez anos. Os recursos para o pagamento do bônus viriam de multas e leilões de mercadorias, valores que fazem parte do Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf).

A informação do sindicato é de que o governo estaria reavaliando a extensão do bônus aos servidores inativos, mas a categoria diz que não aceitará rever questões já acertadas e superadas anteriormente. Por enquanto, não há nenhuma nova reunião agendada com representantes do governo.

A FolhaWeb entrou em contato com a assessoria de comunicação da Receita Federal em Roraima e aguarda resposta.

 

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