Nos seis primeiros meses deste ano, o Centro Humanitário de Apoio a Mulher (Chame) atendeu 490 mulheres, sendo que 147 passaram pelo atendimento inicial, 278 retornaram para atendimento e 65 receberam orientações jurídicas.
Conforme o órgão, a violência psicológica registrou a maior demanda desde o início do ano com 114 casos e, em segundo lugar, a moral com 103 ocorrências.
“Isso é interessante avaliarmos porque antigamente só atendíamos, praticamente, violência física, pois as pessoas não conseguiam identificar outros tipos de violência”, explicou a coordenadora do Chame, deputado Lenir Rodrigues (PPS).
O crime citado pela coordenadora ocupou o terceiro lugar no número de vítimas de violência registrado no Chame, com 58 casos. Outro dolo que chama a atenção é quanto ao número de mulheres vítimas de violência sexual: são 22 casos nos seis primeiros meses neste ano.
“Então é um avanço da sociedade, principalmente das mulheres, em identificarem os tipos violência, não só a física que deixa hematoma, que deixa ferida, mas essas feridas psicológicas, moral, patrimonial, econômica”, contou Lenir.
Conforme a coordenadora do Chame, os trabalhos de prevenção do Centro não se limitam a Capital, mas percorrem as cidades do interior para atender moradores de vilas, vicinais e sede dos municípios.
Recentemente, foi implantado no Chame o Núcleo de Proteção às Vítimas de Tráfico de Pessoas para fins de Exploração Sexual. “Nós fizemos quatro novos atendimentos desse tipo de tráfico que ocorre aqui no Estado por ser um fronteiriço”, frisou Lenir.
De acordo com a parlamentar, a rede de tráfico de pessoas se estende e Roraima torna-se local favorável para desenvolvimento desse tipo de crime. “Tivemos uma pesquisa nacional em que nosso Estado apresentou índice bastante alto desse tipo de crime”, disse. Entre os tipos de tráfico há o trabalho escravo, exploração sexual, de drogas e outras raízes.
A coordenadora do Chame aproveitou para falar de outro avanço nas políticas públicas protetivas às mulheres, como um dispositivo aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal, que orienta a titulação das Delegacias de Defesa da Mulher estejam nas mãos de delegadas. “Aqui em Roraima já existe, então estamos à frente”, enfatizou.
FORMAS DE ATENDIMENTO
Uma das formas iniciais de atendimento do Chame tem como aliada as redes sociais, principalmente o aplicativo de mensagem instantânea WhatsApp. O “Zap Chame”, como batizado, lançado este ano pela coordenação, se tornou ferramenta essencial para proteção feminina. Pelo telefone 98805-4794, as mulheres podem denunciar o tipo de crime que vem sofrendo, de forma sigilosa e segura. “Nós fizemos 77 atendimentos no primeiro semestre pelo Zap Chame”, comentou a coordenadora.
O serviço de mensagem instantânea fez a diferença, pois com avanço da tecnologia, a comunicação chega mais rápida a quem precisa. Lenir explicou que muitas instituições passaram a estampar o número do Zap Chame em informativos como serviço essencial de proteção às vitimas de violência doméstica.
Há também o atendimento convencional, com ida a sede do Chame localizada na rua Coronel Pinto, nº 524, no Centro de Boa Vista, no horário das 7h30 às 13h30. “Aqui será feita uma investigação social e psicológica e quem atende é a assistente social, psicólogas e advogadas. Posterior a esse atendimento, é feito um estudo de caso. Por ultimo os encaminhamentos jurídicos”, detalhou Lenir.
Com informações da Supcom ALE