Cotidiano

Preços disparam nas feiras e mercados

Devido à seca e, depois, às chuvas intensas, produção da farinha ficou prejudicada, o que fez dobrar o preço da saca

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Em razão do aumento no preço de itens da cesta básica, principalmente do arroz, feijão e farinha, o comércio de Boa Vista precisa adequar o preço de vendas. O arroz e a farinha produzidos no Estado de Roraima tiveram aumento devido ao verão prolongado e ao inverno com chuvas rigorosas, conforme relato de comerciantes e produtores. O feijão, que vem de fora, também sofreu aumento por conta da crise econômica do país.

Feirante há 14 anos, Antônio da Silva disse que foi necessário o aumento do preço da farinha, principal produto que ele vende, uma vez que parte das mandiocas plantadas no Estado apodreceu em razão da seca e do inverno rigoroso. A saca, que antes comprava por R$ 150,00, teve o preço duplicado em um intervalo de dois meses.

“Quem ainda tem mandioca boa produz farinha para não perder. Há cerca de dois meses, eu vendia um litro de farinha por R$ 3,50, hoje eu aumentei o preço para R$ 5,00. Apesar do aumento, eu continuo mantendo minhas vendas, porque a farinha aqui é aberta, o cliente pode ver e provar a que deseja, diferente do supermercado, que as vende empacotadas”, disse.

Para a feirante Benéia Brito, o aumento também atingiu o preço da farinha, feijão e do arroz que ela vende. A saca de farinha, que há cerca de três meses comprava por cerca de R$ 240,00, sofreu um aumento de cerca de R$ 50,00. O fardo de arroz, produzido no Estado, aumentou cerca de R$ 10,00, enquanto o feijão sofreu um aumento de R$ 30,00. Apesar da crise, a feirante disse que as vendas continuam diariamente.

“Eu vendia o quilo de arroz por R$ 2,50, mas ontem mesmo ele aumentou. Agora terei que vender por R$ 3,50, mais ou menos. Hoje o feijão que eu vendo custa R$ 12,00. O lucro que eu tenho é de R$ 1,00 ou R$ 2,00, porque o freguês precisa comprar. Ainda que um chegue e reclame, o seguinte compra. Eles precisam comer”, relatou.

Mauro Gomes, gerente de um supermercado da zona Oeste, disse que o aumento foi expressivo em todos os itens. “O feijão teve mais de 100% de aumento. Há uns vinte dias, ainda vendíamos o quilo por R$ 4,99 porque tínhamos muito no estoque. Depois do novo pedido, não podemos manter o preço. Agora o quilo do feijão está sendo vendido por R$ 9,99”, justificou.

Segundo ele, o arroz ainda não sofreu o mesmo aumento, mas está previsto para o mês de julho. O fardo, que até mês passado custava em média de R$ 69,00 a R$ 77,00, agora custará cerca de R$ 82,00. “O aumento também atingiu muito a farinha, porque compramos de fora, a daqui tem uma saída baixa, não é de boa qualidade. O quilo, que antes vendíamos a R$ 5,40, agora é vendido por R$ 9,50”, frisou.

A empresária de um restaurante da zona Leste da Capital, Ana Maria Aguirre, relatou que, além dos itens, o óleo e a carne também tiveram o preço elevado. Em seu restaurante, o quilo da comida, que foi vendido a R$ 35,90 durante todo o mês de junho, agora custará R$ 37,90. “Se aumentar demais, o cliente não vem. Entendemos que a crise afeta todo mundo, então é preciso se adequar”, disse.

Dieese afirma que clima é o fator principal do aumento

De acordo com a coordenadora do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Adisley Machado, o relatório final do aumento no preço dos produtos em esfera regional ainda não está finalizado, mas que o clima, que afeta diretamente as produções, é a principal causa.

Conforme dados nacionais, foi constatado pelo Dieese que, entre junho de 2015 a junho de 2016, o feijão carioquinha teve um aumento de 157%. “Em junho de 2015, o fardo de 30 kg custava R$ 99,00. No mesmo período desse ano, o fardo está sendo vendido a R$ 255,00, sendo um reflexo da falta de mandioca, que passou a ser importada do Centro-Sul do Brasil, além das adversidades climáticas”, relatou.

O fardo de 30kg de farinha de mandioca era vendida em 2015 por R$ 43,00. Esse ano está sendo vendida por R$ 73,00, o que corresponde a um aumento de 70%, pelos mesmos motivos do feijão.  O valor está acima da média histórica no período, quando o mesmo fardo era vendido por R$ 57,00. (A.G.M)

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